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Estudantes expulsos do ensino noturno no interior protestam em Muniz Freire

Revoltados por terem perdido a chance de estudar próximo às suas residências, 128 estudantes expulsos do ensino noturno no interior de Muniz Freire (sul do Estado) protestaram na tarde desta quarta-feira (7) na sede do município. No total, cerca de 150 pessoas, segundo os organizadores do ato, se reuniram em frente à prefeitura, de onde saíram em passeata até a Escola Viva.
 
O protesto durou aproximadamente duas horas. Os estudantes e outros participantes escolheram a Escola Viva como local de protesto, pois é somente para ocupar as suas de vagas que o governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), fechou o ensino noturno de suas comunidades.
 
Os alunos prejudicados são das comunidades de Vieira Machado, Menino Jesus e Itaci, no interior do município de Muniz Freire. Os alunos tinham o beneficio de ter escolas próximas às suas casas. Isto permitia que trabalhassem durante o dia ajudando os pais na agricultura, como é costume no interior, e estudassem à noite.
 
Mas sofreram um golpe, quando o governo do Estado, exclusivamente para garantir alunos para a Escola Viva, que é vitrine da Sedu, fechou o ensino noturno. Os estudantes e seus familiares levaram o problema ao Ministério Público (MPES) e o promotor Elion Vargas Teixeira fez uma ação civil pública para assegurar os direitos dos estudantes. 
 
Ao decidir sobre o caso, o juiz de Muniz Freire, Marcos  Antônio Barbosa de Souza, permitiu que as escolas funcionassem em 2016 e 2017, através de liminar. Ocorre que o governo recorreu da sentença da Justiça de Muniz Freire. E no Tribunal de Justiça (TJES), o desembargador Dair José Bregunce de Oliveira ficou com o governo do Estado, cassando a liminar. Como resultado da decisão do desembargador, 128 alunos perderam o direito de sonhar em continuar estudando.
 
Não vão poder continuar estudando, pois estão distantes da Escola Viva, residem em região de montanha, com péssimas estradas de terra. Também não podem frequentar a escola, pois ajudam seus pais, que são pequenos agricultores, na lavoura.
 
A comunidade critica a decisão do desembargador Dair José Bregunce de Oliveira, observando que ele ignorou a cultura local e as leis que protegem os estudantes, facilitando seu acesso à educação. 
 
Segundo relato de Maxwell José de Vargas, representante de pais de alunos, as comunidades não vão aceitar perder o ensino noturno de suas escolas. E vão voltar ao promotor pedindo que faça recurso em relação à decisão do desembargador Dair José Bregunce de Oliveira.  Também vão pedir apoio politico parlamentar, e estão dispostos a fazer protestos em outros lugares, inclusive em Vitória.

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