Os prejuízos causados aos estudantes e suas famílias com fechamento de escolas e cursos no interior serão discutidos em audiência pública na Assembleia Legislativa. A iniciativa de ouvir os estudantes é do deputado estadual Sergio Majeski (PSDB-ES).
No Estado, os estudantes do interior já perderam 42 escolas, fechadas pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu). De 2014 a 2018, 6.507 turmas foram fechadas, sendo 986, entre 2014 e 2015, e 1.509 entre 2017 e 2018.
“Fechamento de Escolas, Turnos e Turmas e o impacto na formação de jovens no Estado do Espírito Santo”, é o titulo dado à audiência publica. O fechamento de escolas estaduais, sobretudo nas zonas rurais do Espírito Santo, continua sendo um problema em todo o território capixaba.
Com os últimos acontecimentos no município de Afonso Cláudio, onde três localidades poderiam ficar sem unidades escolares, além de problemas semelhantes em Muniz Freire e outras localidades, o deputado estadual Sergio Majeski (PSDB) resolveu convidar toda a sociedade para discutir o assunto na audiência, marcada para o dia 21 próximo.
O deputado é presidente da “Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Públicas da Juventude”. Tem acompanhado a realidade das escolas estaduais em todo o Estado, e relata ter visitado 236 escolas.
“Desde o início do mandato, em 2015, ele denuncia a política educacional desastrosa do Governo, que fecha escolas em um Estado que conta com 61.702 jovens de 4 a 17 estão fora da escola, além de cerca de 200 mil jovens entre 18 e 29 anos que não concluíram a educação básica e que também não estão nas salas de aula. Tudo em prol de um projeto marqueteiro denominado Escola Viva”, cita a assessoria do parlamentar.
E lembra ainda que de 2015 a 2018, o governo do Estado fechou 42 escolas estaduais, sobretudo nas zonas rurais. Somente no ano de 2018, 12 unidades tiveram suas atividades encerradas. Ao todo, de 2014 a 2018, são 6.507 turmas fechadas, sendo 986, entre 2014 e 2015, e 1.509 entre 2017 e 2018.
Além disso, vem sucateando também o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), ofertando menos vagas no turno noturno.
“Não podemos permitir que o Governo continue com esse desmando. Ninguém está aqui pedindo para o Executivo construir novas escolas. Apenas está se pedindo para que a Sedu cumpra o que a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases e o Estatuto da Criança e do Adolescente dizem. Não é possível que o Governo e o Judiciário desconheçam o que diz a Lei. Os jovens têm o direito de estudar próximo de suas casas. O Governo tem que oferecer a Educação de acordo com as condições dos alunos e não como o governo acha que é o melhor para eles”, afirmou o deputado.
Devido ao fechamento de escolas e o fim do ensino noturno no interior, muitos alunos estão sendo obrigados a abandonar os estudos, já que uma parte considerável é de jovens-trabalhadores e, devido a isso, só conseguiriam frequentar uma sala de aula à noite. Outros abandonam devido à distância de suas casas até as escolas disponibilizadas, com acesso dificultado por estradas precárias, o tempo de viagem e a falta de transporte.
Entre os convidados a participarem, além das comunidades escolares afetadas, estão autoridades membros do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Secretaria Estadual de Educação, Conselho Estadual de Educação, Conselho Estadual de Direitos Humanos, Defensoria Pública, Ministério Público Federal, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Juizado da Infância e da Juventude; Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades); Conselho Estadual da Juventude, entre outros.