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Cineclube, horta e estamparia nas ocupações capixabas

Se 2017 foi um ano de muito movimento e ocupações de espaços ociosos no Centro de Vitória para reivindicar políticas de moradias, o novo ano nasce na busca de ações inovadoras para gerar capacidade de sustentação para o movimento e famílias sem-teto, além da ampliação do debate sobre o tema urbano.
 
“As ocupações servem para suprir a demanda por habitação das famílias diante da omissão do poder público. Porém, é importante saber que as pessoas se encontram em déficit de moradia porque estão em situação de desemprego e subemprego, não conseguindo arcar com os custos de aluguel”, explica Lucas Martins, integrante do coletivo Resistência Urbana Capixaba, formado pela unificação de pessoas e movimentos envolvidos nas ocupações e na luta por uma cidade mais democrática. O grupo conseguiu acesso a recursos por meio de editais a nível estadual e local para desenvolver novos projetos.
 
O primeiro deles é a construção de uma estamparia, que está em fase de capacitações para que as famílias possam gerir a confecção de camisetas, bolsas e outros acessórios. Segundo Lucas, a ideia é trabalhar com um formato de uma cooperativa, com decisões democráticas e compartilhadas, e iniciar a venda sob demanda para organizações sindicatos, associações comunitárias, esportivas, culturais, religiosas, algumas já interessadas nos serviços. 
 
“Logo iremos investir em divulgação pela internet e o objetivo a médio prazo é ter uma loja fixa para dar vazão aos nossos produtos, com estampas próprias, sempre valorizando mensagens com teor mais crítico relacionado com a cultura e a luta por moradia”.
 
Outra atividade que está sendo preparada ainda para o primeiro semestre é a estreia de um cineclube, que pretende atuar promovendo exibição de filmes e debates nas ocupações e espaços educativos, fomentando o debate sobre direito à moradia e à cidade. É uma estratégia que ajuda tanto na formação das pessoas em déficit de moradia como a expansão do tema para outros setores sociais que possam se interessar no assunto.
 
O coletivo estuda ainda a implementação de uma horta urbana comunitária que permita gerar alimentos e renda para as famílias, além de reabilitar espaços degradados na cidade. Lucas esclarece que estes dois últimos serão projetos abertos à gestão coletiva das comunidades dos bairros aconteçam. 
 
“Esperamos que essas ações também ajudem a população a ter uma noção real do que uma ocupação representa. Às vezes pensam que as pessoas que estão ali não tem preocupação nem respeito com o entorno, mas é justamente o contrário. A ideia é que as pessoas possam se integrar e contribuir com a comunidade, colaborando com trabalho e renda, cultura e também cuidado de espaços antes abandonados que haviam virado problema para os bairros”.

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