As polêmicas envolvendo o Sindicato dos Professores da Rede Particular do Estado (Sinpro) continuam. Depois de interferências da Justiça no processo eleitoral da entidade, com mandado de busca e apreensão e suspensão do pleito (marcado para o último dia 29), professores lançaram uma petição pública na internet. Chamado “Renova Sinpro-ES! Democracia Sindical Já!”, até a manhã desta terça-feira (6), o abaixo-assinado tinha recolhido 179 assinaturas.
“Nós, professores/as da Rede Privada de Ensino do Espírito Santo, sindicalizados ao Sinpro-ES, declaramos apoio irrestrito às operações judiciais de suspensão do processo eleitoral 2018 do Sinpro-ES e investigação das suspeitas de fraudes praticadas pela gestão capitaneada por Jonas Rodrigues de Paula e Juliano Pavezi, presidente e secretário-geral do Sindicato, respectivamente”, diz o texto da petição.
A juíza do Trabalho Lucy de Fátima Cruz Lago, titular da 9ª Vara do Trabalho de Vitória, concedeu liminar obrigando o Sinpro a exibir as atas de assembleias de mudança do Estatuto e do processo eleitoral da entidade. Isso ocorreu depois que os diretores da entidade César Albenes de Mendonça Cruz e Antonio Carlos Vivaldi afirmarem desconhecer a existência de processo eleitoral na entidade.
A documentação apreendida demonstrou modificação no Estatuto do Sindicato, em assembleia realizada em 31 de julho de 2017, férias dos professores. Participaram do encontro somente seis pessoas, todos diretores do sindicato.
Os diretores citados no processo, César Albenes de Mendonça Cruz e Antonio Carlos Vivaldi, explicaram que o presidente e secretário-geral do Sinpro indicaram os advogados da entidade, que são subordinados à diretoria, para conduzir a comissão eleitoral, sem conhecimento de todos os membros da executiva. A convocação das eleições foi publicada no dia 1 de fevereiro de 2018, quinta-feira, com apenas cinco dias corridos para inscrição de chapa. E o próprio diretor Juliano Pavezi Peixoto inscreveu, no dia 6 de fevereiro de 2018, a chapa única.
Segundo Albenes e Vivaldi, o presidente e secretário-geral apresentaram também à Justiça um documento forjado, uma ata de reunião que teria ocorrido no dia 13 de dezembro, que supostamente teria aprovado o processo eleitoral. O documento, no entanto, foi apresentado com lista de presença anexa, sem as assinaturas dos presentes na própria ata. “Voltamos de férias no dia 1º de fevereiro e fomos surpreendidos com a publicação do edital. A última reunião em que toda a diretoria estava presente foi em 13 de dezembro de 2017, antes do recesso, e nada foi falado sobre eleições”, afirmou Vivaldi.
Diante do que consideram falta de transparência, manipulação e obstrução do processo eleitoral, os diretores também devem acionar a Justiça por falsificação de documentos. No caso, a ata da reunião do dia 13 de dezembro.
Albenes e Vivaldi esperam a abertura de um novo processo eleitoral transparente, que dê ampla divulgação para que chapas concorrentes possam se inscrever. Assim como outros professores que também desejam inscrever chapas de oposição, entre eles Raphael Aguiar Bremenkamp, autor do processo que corre na Justiça do Trabalho.