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Marinha do Brasil quer excluir Trindade da proteção integral em unidades de conservação

Pegos de surpresa, os cientistas e ambientalistas que atuam em favor da criação das unidades de conservação em Trindade e em São Pedro e São Paulo estão correndo contra o tempo para mobilizar a comunidade científica, os movimentos ambientais e a sociedade como um todo, para pressionar a Marinha do Brasil a rever sua intenção de excluir as ilhas das áreas que estão sendo destinadas para a criação das novas unidades de conservação marinhas do país.

A possibilidade foi descoberta porque dois mapas “vazados” nas redes sociais mostram desenhos bem diferentes dos discutidos tecnicamente até então, para as áreas das unidades de conservação de proteção integral a serem criadas nos dois arquipélagos – Trindade e Martim Vaz, no Espírito Santo, a 1.200 km de Vitória, e São Pedro e São Paulo a 1.000 km da costa pernambucana.

Nesses mapas, os arquipélagos estariam de fora da proteção integral, restando apenas os caminhos entre as ilhas e o litoral, onde a biodiversidade é sensivelmente menor, fazendo com que as UCs percam o sentido de existir.

“Os mapas não são definitivos, porém reais. Retratam o tipo de negociação que está acontecendo agora. É uma situação muito preocupante e que requer mobilização da sociedade”, avalia Heloísa Dias, coordenadora do Colegiado Mar da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA/Unesco).

Como pressionar

E-mails e telefones do Comandante da Marinha, Almirante Bacellar Ferreira, do ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, e do gabinete pessoal do Presidente da República estão sendo divulgados pelos ativistas, para que a sociedade se manifeste. Um abaixo-assinado eletrônico também está sendo direcionado às autoridades.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, chegou a anunciar, no último dia 5 de março, que o presidente Michel Temer deverá assinar o decreto federal de criação das quatro UC no dia 18 de março, durante 8º o Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília de 18 a 23 de março.

Na próxima terça-feira (13), uma reunião entre os ministérios da Defesa e do Meio Ambiente e a Presidência da República pode ser definitiva para estabelecer o traçado final das unidades de conservação. Até lá é preciso pressionar os gestores, para que reconsiderarem o que é considerado um erro técnico e uma gafe internacional por parte das Forças Armadas Brasileiras.

“Fomos pegos de surpresa. Isso vai contra todas as pesquisas que estão sendo feitas, todo o esforço de conservação. Não tem nenhum respaldo técnico e é uma grande gafe internacional. Várias entidades internacionais estão apoiando a proteção integral das ilhas”, afirma o biólogo Flavio do Nascimento Coelho, especialista em Biologia Marinha e integrante da ONG Voz da Natureza, uma das entidades mais atuantes em pesquisas científicas nas duas ilhas e na atuação política em favor da criação das UCs.

Até o vazamento dos mapas, a proposta que estava em andamento, anunciada por Sarney Filho no dia cinco de março, era formada por um Monumento Natural (Mona) e uma Área de Proteção Ambiental (APA) para cada um dos arquipélagos. “É um grande ganho, uma decisão histórica”, disse o ministro.

Ele disse ainda que cada uma das APAs teria 40 milhões de hectares. Já o Monumento Natural de Trindade e Martin Vaz somará 6 milhões de hectares e o de São Pedro e São Paulo, 4 milhões de hectares. Com isso, acrescentou Sarney Filho em entrevista coletiva após a audiência, o Brasil passará dos atuais 1,5% de áreas protegidas marinhas para 25%, um avanço que permitirá ao país cumprir com folga a Meta 11 de Aichi, que prevê a proteção de 17% das áreas marinhas e costeiras de cada país até 2020.

“Não deve haver conflito de interesse entre pesquisa e Forças Armadas. Se houve pesquisa até hoje foi porque a Marinha forneceu alojamento, transporte, alimentação. As duas coisas devem se somar”, argumenta o ambientalista da Voz da Natureza.

Nas redes sociais, os ativistas pedem “a todos que se importam com a conservação marinha que liguem para os números abaixo e educadamente peçam pela inclusão das ilhas nos monumentos naturais.

recisamos de uma chuva de ligações para sermos ouvidos”.

Seguem os contatos sugeridos:

Telefones:

* Comandante da Marinha, Almirante Bacellar Ferreira: (61)3429–1001

* Casa Civil da Presidência – Ministro Eliseu Padilha: (61) 3411-1573/1935

* Gabinete Pessoal do Presidente da República: (61) 3411-1200 / (61) 3411-1201

E-mails:

* Comando da Marinha: [email protected]

* Gabinete da Presidência da República: [email protected]

Petição on-line:

* Link: http://redeprouc.org.br/campanhas/eahoradomar/

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