A polêmica envolvendo a Linha Verde, na Capital, tem obrigado o secretário de Transportes, Tyago Hoffmann, se desdobrar como “bombeiro” para apagar o incêndio causado à imagem do prefeito Luciano Rezende. Em poucos dias, Hoffmann esteve na Câmara de Vitória (15/03) e na Assembleia Legislativa (19/03) para prestar esclarecimentos sobre a nova intervenção realizada na Avenida Dante Micheline, que tem causado muita reclamação por aumentar o tempo no deslocamento dos moradores.
A Linha Verde estabeleceu, há uma semana, uma pista exclusiva pra circulação de ônibus ao longo de toda a Avenida causando muita polêmica. Um grupo de moradores já ingressou com ação popular na Vara da Fazenda Pública Municipal de Vitória, tendo como base a Lei Federal 12.587/2012 (Política Nacional de Mobilidade Urbana). Segundo a legislação, antes de implantar uma mudança viária de grande proporção, tal medida deve ser amplamente debatida com os moradores. O grupo acionou a Justiça pleiteando medida liminar para interromper a implantação da Linha Verde até discussão mais ampla. O prefeito Luciano Rezende também foi chamdo para prestar esclarecimentos ao Ministério Público de Contas sobre a Linha Verde no prazo de 10 dias.
Durante a Sessão Ordinária na Câmara no último dia 13, Tyago Hoffmann disse que, nos últimos 10 anos, as cidades recuaram no modelo de cidade voltado para os carros, percebendo que o caminho é priorizar e investir em transporte coletivo. “As grandes capitais do Brasil já implantaram esse modelo. E também não foi fácil nesses locais, houve a necessidade de adaptação”, explicou o secretário. O secretário de transporte disse ainda que a Linha Verde chegará ao Centro de Vitória.
Hoffmann destacou que podem circular pela Linha Verde, além de ônibus de passageiros, públicos e particulares, os táxis, transporte escolar e vans de passageiros. “É preciso priorizar o transporte coletivo em detrimento do transporte individual. Por se tornar muito mais fácil adquirir um carro, desde o Plano Real, aumentou o número de transporte individual na cidade”, opinou.
Já no último dia 19, Tyago Hoffmann prestou esclarecimentos à CPI da Máfia dos Guinchos na Assembleia Legislativa, quando também falou sobre Linha Verde. Em relação à intervenção, o secretário informou que não serão aplicadas multas por videomonitoramento nos primeiros 30 dias de funcionamento (a Linha Verde começou a operar no último dia 12). Mas esse prazo poderá ser estendido para 60 ou até 120 dias caso a prefeitura avalie que seja necessário.
O secretário destacou que podem circular pela Linha Verde, além de ônibus de passageiros, públicos e particulares, os táxis, transporte escolar e vans de passageiros.
Ao responder sobre o preço diferenciado das tarifas, Hoffmann entende que talvez uma saída para o sistema de transporte de Vitória seja sua integração ao Transcol. A tarifa municipal não tem subsídio, ao contrário do Sistema Transcol. O secretário explicou que as linhas com ar-condicionado têm tarifas mais caras, benefício que não é suportado pelo valor da tarifa mais barata.
Segundo adiantou, serão implantadas duas novas linhas circulares ligando Jardim Camburi à Praça do Papa.
Em nota, as Associações de Moradores dos bairros Mata da Praia, Bairro República e Jardim Camburi solicitou a suspensão da linha verde na Av. Dante Michelini até que seja realizado um estudo mais aprofundado de viabilidade. “Toda medida que vise melhorar o transporte público, como é a concepção do presente projeto da faixa exclusiva, é vista por nós como positiva e benéfica à mobilidade urbana. Mas, para que funcione de fato, precisa ser implementada de forma correta, com base em estudos sólidos acerca da necessidade, viabilidade, e dos impactos de trânsito a serem causados, além de necessariamente ser precedida de muito diálogo com as comunidades diretamente impactadas.