O evento acontece de 31 de maio a 3 de junho em Belo Horizonte (MG), sob o lema “Agroecologia e Democracia Unindo Campo e Cidade”, e deve reunir duas mil pessoas de todo o País, sendo 70% de agricultores, familiares, camponeses, povos indígenas, comunidades quilombolas, pescadores, outros povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e coletivos da agricultura urbana; 30% para pessoas que ocupam funções técnicas, com respeito à paridade de gênero, geracional e territorial; 50% de mulheres; e 30% de jovens.
A delegação capixaba conta com um total de 90 vagas, distribuídas para 67 agricultores, pescadores, povos e comunidades tradicionais; 23 pessoas em função técnica e quatro representantes do poder público.
Na programação, Feira de Sabores e Saberes, apresentações culturais, mostra de cinema e debates com momentos de aprofundamento de temas mobilizadores, em diálogo com organizações parceiras.
A organização é da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), em parceria com a Articulação Capixaba de Agroecologia (ACA) e apoio da Comissão de Produção Orgânica do Espírito Santo (CPOrg/ES). Os membros da delegação receberão hospedagem em alojamento, transporte e alimentação.
Para fazer a inscrição, é preciso ler a Carta de Intenção, com o objetivo de garantir o cumprimento das diretrizes, por meio da identificação e mobilização das organizações que farão parte da delegação.
Douglas Fernandez, militante e técnico extensionista do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Estado, e um dos responsáveis pela organização da caravana capixaba e sua interlocução com os demais coletivos estaduais, conta que o momento em que o IV Enca acontece é muito desafiador, devido às intensas lutas locais travadas em função do endividamento dos camponeses, em consequência da crise hídrica, além das mobilizações em nível nacional pela defesa dos direitos sociais e trabalhistas ameaçados pelo governo federal.
O não financiamento do Encontro Nacional por parte do poder público, este ano, é outro dificultador, que obrigou as organizações a utilizarem recursos próprios e arrecadar parcerias para viabilizar o evento.
Douglas destaca que a ACA é composta majoritariamente por movimentos sociais, o que caracteriza a alta politização da Agroecologia capixaba. “Agroecologia não é só produzir livre de agrotóxicos, mas produzir sujeitos sociais coletivos”, pondera.
E enumera quatro objetivos do evento: apresentar, para amplos setores da sociedade, experiências do campo, das ???orestas, das águas e das cidades que mostram os múltiplos benefícios da agroecologia; manifestar posicionamento crítico e denunciar o desmonte das políticas públicas e violação dos direitos; estreitar laços e ampliar alianças do movimento agroecológico; e aprofundar o debate sobre os sentidos estratégico e político da comunicação e da cultura.
Nesse processo, almeja-se também avançar com o projeto de lei que cria uma Política Estadual de Agroecologia, cuja redação está em elaboração, e numa maior integração entre o norte e o sul do Espírito Santo, intensificando as trocas de experiências entre duas regiões com realidades tão distintas e tão complementares.
Os interessados em participar devem acesse a Carta Convocatória do evento e fazer sua inscrição pela internet.
Mais informações no site do IV ENA.