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Tons, traços e texturas das mulheres negras no projeto Negradê

Duas iniciativas somam forças nesta quarta-feira (28), a partir das 16h, para visibilizar e debater questões importantes relacionadas com as mulheres negras. O ponto de encontro será o Cine Metrópolis, com exposição fotográfica Negradê, armada pela manhã nas paredes externas, junto com a exibição de filmes pelo Cineclube Teresa de Benguela dentro da sala de cinema.

As fotografias são fruto de trabalhos desenvolvidos a partir das aulas de uma disciplina especial chamada “Fotoescreviências negras”, oferecida pela professora Vilma Bispo no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Por meio da imagem, a série fotográfica busca valorizar a diversidade de tons de pele, traços e textura de cabelos das mulheres afrobrasileiras. “Por trás das câmeras, também temos fotógrafas negras. Então é um diálogo de mulheres negras para mulheres negras”.

As imagens que estarão expostas foram impressas em Nova York (EUA) por meio do Inside Out Project, idealizado pelo artista francês JR, que retrata rostos de todo o mundo em preto e branco. Das 70 fotografias que compõem o projeto Negradê, 15 estarão expostas numa dimensão de 1,5m x 2m, representando mulheres negras, entre estudantes e professoras da universidade e outras da comunidade externa. Da série original do Negradê, com 70 fotos coloridas de diversas partes dos corpos, foram selecionadas 15 que retratam rostos, impressas em preto e branco, adequando assim com a proposta do Inside Out e provocando um novo significado para o resultado original do Negradê.

A exposição começará a ser montada às 8h da manhã, quando as fotos serão coladas de forma coletiva a céu aberto, na parte externa do cinema, onde ficarão por tempo indeterminado. “Assim, a exposição vai para além de um registro visual e se torna uma intervenção de luta contra o racismo e o machismo. Espero que seja algo que modifique o cotidiano de quem passar por ali. Que não passe desapercebido, provoque reações e que seja visto com bons olhos”, diz Daiana Maria, que é organizadora da mostra e também integrante do cineclube. O grupo convida quem quiser comparecer para a colagem coletiva, feita com cola orgânica.

Com a exposição armada, acontecerá entre 16h e 18h, dentro do cinema, a sessão inaugural da temporada 2018 do Cineclube Teresa de Benguela, com a exibição de três curta-metragens e ficção (confira abaixo as sinopses) produzidas por realizadoras negras: “Cores e Botas”, Juliana Vicente (SP, 2010); “Casca de Baobá”, Mariana Luiza (RJ, 2017) e “Viúva Negra”, Vanessa Gouveia (GO, 2017). Depois, haverá debate sobre os filmes.

O cineclube surgiu no ano passado com a realização de uma mostra de filmes, que incluiu também debates, palestras e oficinas focadas na produção e representação das mulheres negras no cinema. “Será a primeira de muitas sessões em 2018”, garante Daiana. Para este ano, o Teresa de Benguela foi contemplado no edital de Ocupação do Museu Capixaba do Negro (Mucane) e no edital de Diversidade Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

SERVIÇO

Negradê: exposição fotográfica + sessão cineclubista

Dia: 28/03 (quarta-feira)

Horário: 16h às 18h

Local: Cine Metrópolis, no campos da Ufes em Goiabeiras

Realização: Cineclube Teresa de Benguela

Apoio: Secretaria de Cultura da Ufes e Inside Out Project

FILMES

Cores e Botas, de Juliana Vicente – Fic | 16 min | Livre | 2010 | SP

Sinopse: Joana tem um sonho comum a muitas meninas dos anos 80: ser Paquita. Sua família é bem sucedida e a apoia em seu sonho. Porém, Joana é negra, e nunca se viu uma paquita negra no programa da Xuxa.

Casca de Baobá, de Mariana Luiza – Fic | 11 min | Livre | 2017 | RJ

Sinopse: Uma jovem negra nascida em um quilombo no interior do Estado é cotista na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua mãe leva a vida cortando cana nas proximidades do quilombo. As duas trocam mensagens para matar a saudade e refletir sobre o fim de uma era social e econômica.

Viúva Negra, Vanessa Goveia – Fic | 15min | 16 anos | 2017 | GO

Sinopse: Olívia é uma mulher jovem, sensual e misteriosa que guarda um grande segredo dos homens com quem se envolve. Fazendo jus ao título de “Viúva Negra”, nunca se apegou emocionalmente a nenhuma de suas vítimas, até encontrar Miguel. Olívia cederá à tentação do amor ou não resistirá à sua própria natureza?

 

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