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Por uma rede de organizações de luta permanente em defesa da juventude negra

Promover o protagonismo das comunidades em suas ações afirmativas, exigir políticas públicas, e denunciar os desmandos do Estado. Esta são algumas das ações permanentes que devem ser empreendidas pelas próprias comunidades e pelas organizações – cerca de 40 – que já atuam de alguma forma em benefício dos territórios mais violentados pela cultura do extermínio da juventude negra.
 
A intenção é organizar esses coletivos em uma espécie de Rede, para dar mais organicidade a essas pautas, hoje debatidas e decididas por meio das plenárias. Esse foi o principal encaminhamento da 2ª Plenária de Luta Contra o Extermínio da Juventude Negra, realizada nessa quarta-feira (4) no Museu Capixaba do Negro (Mucane), Centro de Vitória.
 
Redes semelhantes já existem em São Paulo e Rio de Janeiro. A capixaba deve atuar na Grande Vitória e interior, num total de aproximadamente 15 comunidades.
 
Uma ação imediata, também decidida na 2ª Plenária, foi pela ocupação do Palácio Anchieta, como forma de pressionar o governador Paulo Hartung a receber uma comissão dos coletivos para dar respostas relativas às investigações sobre as execuções dos irmãos Damião e Ruan Reis, no dia 25 de março no Morro da Piedade, Vitória, e às políticas públicas que precisam ser implementadas na comunidade e em outras, onde o genocídio é uma triste realidade cotidiana.
 
Outro requerimento que vai ser cobrado de perto é o encaminhado à Prefeitura de Vitória, referente especificamente à Piedade. “Havia um Telecentro na comunidade, que foi fechado há uns dois anos”, informa Lula Rocha, do Círculo Palmarino/ES.
 
A tendência, explica, é por criar comitês nas comunidades, para que elas se auto-organizem e conduzam ações permanentes, não só reagindo diante de casos extremos, como os ocorridos na Piedade e, dias depois, em Porto Novo, Cariacica, quando outros dois jovens negros foram mortos em abordagens policiais.
 
Este ano já aconteceram pelo menos quatro casos de mortes de jovens negros em abordagens policiais, contabiliza Lula. A situação preocupa, pois em 2016 foram 50 mortes, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o dobro do registrado em 2015.
 
“Sempre dizem que são fatos isolados. Quantos casos isolados vão ter de acontecer para o governo reconhecer que há uma crise na segurança pública?”, questiona.

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