A reunião aconteceu após uma passeata pelo bairro Itararé e não resultou em avanços, sendo mantida a greve, que começou no dia 26 de março. A próxima mesa de negociação está agendada para a próxima quinta-feira (12) pela manhã, com nova assembleia marcada para o mesmo dia, à tarde.
A categoria alega que tem tentado dialogar com a administração do prefeito Luciano Rezende (PPS) nos últimos quatro anos, sem qualquer êxito, sendo que a greve abriu a fase de negociações de forma mais transparente. O entendimento é oposto ao do município, que conseguiu uma liminar na Justiça declarando o movimento paredista ilegal, sob argumento de que a paralisação significa uma suspensão antecipada das negociações.
“Quem rompeu a negociação foi o prefeito, ao anunciar o reajuste de 3% na imprensa e mandar esse projeto de lei pra Câmara, sem antes conversar com a categoria”, explica Washington Felix Rocha, coordenador do Comando de Greve de Vitória, destacando ainda “outra inconstitucionalidade: os vereadores fizeram uma emenda, estendendo esse reajuste pra eles também, o que não pode”, relata.
Com o anúncio dos 3%, o prefeito tem dito que está pagando a reposição salarial devida, o que não é verdade, no entendimento do Comando de Greve. “A perda salarial do período é de 28,5%!”, contesta Washington, referindo-se aos quatro últimos anos de salários congelados. O fato virou, inclusive, um grito de luta do movimento paredista: “3% não cola! Greve na escola!”.
Além da reposição salarial, a pauta de reivindicações inclui o cumprimento do Plano de Cargos e Vencimentos; o pagamento do auxílio alimentação para quem tem duas cadeiras na rede municipal; a qualificação das compras públicas, para a obtenção de materiais escolares de melhor qualidade; e a reforma e manutenção dos prédios públicos.
Segundo o Comando de Greve, mais de 70% das unidades de ensino já aderiram de alguma forma ao movimento paredista, algumas em 100%, outras em 50% ou 30%.
O Comando mantém uma página no Facebook com informações, fotos e vídeos. E um link com pedidos de apoio ao movimento, como um abaixo-assinado, ligações ao Fala Vitória (156) e sugestões de rodas de conversa nas escolas, envolvendo mães, pais, responsáveis, comunidade e profissionais de educação.
As próximas atividades previstas incluem uma concentração na Praça de Santo Antonio e Ato Público, na próxima terça-feira (10), e, na quinta (12), a Mesa de Negociação e assembleia.