Pacientes que buscam atendimento no hospital Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha, estão diante de uma situação precária e que pode mais colocar a vida em risco do que obter a cura. A falta de materiais básicos de higiene aliada à superlotação podem implicar em 100% de chance de se adquirir alguma infecção, de acordo com diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES).
“O que se vê hoje no hospital são paredes sendo quebradas com o intuito de aumentar o número de leitos, o que seria uma ótima notícia se a realidade atual não fosse a falta de materiais básicos e de medicamentos. O que falta são itens essenciais na prevenção de infecções hospitalares como álcool em gel, sabão líquido, papel toalha, gase, luva e até papel higiênico”, denuncia o diretor de Comunicação do Sindsaúde-ES, Valdecir Nascimento.
E, além disso, o hospital também está com o estoque zerado de fraldas geriátricas, microporo e albumina humana (esta última, essencial para tratamento de um paciente que está internado, mas que não está recebendo a proteína por estar em falta no hospital). O Bezerra de Faria, além de atender o próprio município onde está localizado, também é referência de atendimento para a população de Cariacica, Guarapari, Anchieta, entre outras localidades.
“Dizer que vai aumentar o número de leitos diante deste quadro é apenas uma estratégia do governo Hartung para atrair interessados e justificar a privatização/terceirização. O interesse maior é em transferir verba pública para a iniciativa privada ao invés de tomar medidas para evitar a contaminação daqueles que estão lá em busca de atendimento”, disse Valdecir.
Mais problemas
A realidade atual do hospital Antonio Bezerra de Faria é a de superlotação, pacientes nos corredores e número insuficiente de servidores. Como se não bastasse, o sucateamento também atinge as ambulâncias que estão quebradas. Para fazer a transferência de pacientes, é necessário pedir ambulâncias emprestadas em outras unidades.