O lamentável enredo da greve dos professores de Vitória, suspensa nesta terça-feira (24), não reforçou somente o perfil antidemocrático e autoritário do prefeito Luciano Rezende (PPS), mas também o papel omisso dos vereadores da Capital, que estão longe de atuarem como fiscais do Executivo. Praticamente todos da base do prefeito, a Casa se transformou, pelo contrário, num palco de bater continência aos interesses do aliado, que destoa somente pela voz do vereador Roberto Martins (PTB). No caso da greve, filme repetido! A maioria se calou e, quem resolveu se pronunciar, foi só para “tomar partido” de Luciano e criminalizar um movimento legítimo. Exceção, mais uma vez, Martins. O movimento dos professores não é pontual nem resultado de insatisfações rasas. São quatro anos de tentativas de diálogo com o prefeito, para que ele cumpra a obrigação de recompor as perdas inflacionárias dos salários e ofereça condições dignas de trabalho. Não é favor! O caldo, na verdade, até demorou a entornar. E o prefeito, na falta de habilidade para mediar o impasse, apelou para intimidação e ameaças. A pergunta que não quer calar: onde estavam os vereadores durante o tempo que antecedeu a greve e já eram os donos da cadeira? Pois é…exatamente como agora, servindo de escudo para o prefeito, ao invés de cobrar dele suas responsabilidades e de zelar pela população e pelo cumprimento das leis. Seria cômico, se não fosse trágico.
Sem teatro
Aliás, é nesse clima que a secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio, prestará contas de sua gestão à frente da pasta na Câmara, nesta quarta-feira (25), às 19 horas. Os vereadores, como de hábito, levantarão a bola para ela cortar. Mas terão que enfrentar o contraponto, afinal, os professores estarão lá.
Apoio
Roberto Martins, assim como fez no início do movimento, também participou da assembleia dos professores que decidiu pelo fim da greve, em decorrência da pesada intimidação executada pelo prefeito. “Já que voltamos ao tempo dos Czares, vamos reutilizar a máxima: ‘É preciso dar um passo atrás para depois dar dois passos à frente…”, destacou o vereador, em suas redes sociais.
Apoio II
O deputado estadual Sergio Makeski (PSB), também professor e com mandato voltado para a educação, prestou solidariedade à categoria na sessão desta terça da Assembleia. Embora não se envolva em questões municipais, como pontuou, pediu a Luciano Rezende que reveja o corte de pontos, as demissões e ameaças de Processos Administrativos Disciplinares (PADs). Duvideodó.
Temporal
Majeski até se mostrou interessado em conversar com o prefeito, dizendo que “esticar ainda mais a corda é ruim para todo mundo, principalmente, para os alunos”. Olha, se Luciano recuar, melhor se preparar para um temporal. Ele e o governador Paulo Hartung são da mesma escola (que digam os militares).
Paternidade
Do deputado estadual Amaro Neto (PRB), no Facebook, sobre o cerco eletrônico inaugurado por Luciano Rezende: “Fico feliz em ver mais uma de nossas propostas apresentadas na campanha de 2016 para a prefeitura da Capital sendo colocada em prática pela atual gestão. Mais segurança para Vitória!”. 'Vishi'…
Crise de ansiedade
Eder Pontes não se aguenta mais. Já incorporou o cargo de procurador-geral de Justiça e tem aparecido em solenidades oficiais como o próprio, antes mesmo da posse. Fotos, lugar cativo na cena…esperar pra quê, né?
Débito
Em Nova Venécia (noroeste do Estado), a Câmara reclama de abandono e descaso do governo do Estado. Escola com risco de desabar, estradas em péssimas condições, obras de pontes abandonadas e ausência de serviços de saúde são algumas das reclamações dos vereadores. A Casa é comandada por Antonio Emílio (PPS), candidato a deputado estadual.
Enquanto isso…
Hartung anunciou, na noite desta terça, após reunião no Rio de Janeiro, a liberação de R$ 293,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investir em seis trechos rodoviários em diferentes regiões do Estado. E nada de Nova Venécia….
PENSAMENTO:
“O lugar que ocupamos é menos importante do que aquele para o qual nos dirigimos”. Leon Tolstói