Jussara Baptista e Caroline Kobi
O processo eleitoral do Sindicato dos Professores no Estado (Sinpro-ES) chegou ao fim. Pelo menos, a apuração dos votos foi concluída na noite desta quinta-feira (3), com vitória para a Chapa 1 – Ação Responsabilidade na Gestão. No total, foram computados 2.608 votos, sendo 1.508 para a situação e 1.004 para a oposição, e 96 brancos e nulos. Com o resultado, o professor Juliano Pavesi torna-se presidente da entidade para o mandato de cinco anos, de 2018 a 2023.
A lista de aptos a votar chegou a quase seis mil docentes que atuam em unidades de ensino da rede particular no Estado. De acordo com Rodrigo Barbieri, da Comissão Eleitoral, o dia e horário do pleito foram definidos por decisão judicial: essa quarta-feira (2), das 6h às 22 horas. Da mesma forma, a lista com os nomes dos professores votantes também consta no acordo judicial firmado entre os integrantes das duas chapas. A 1 é composta, em sua maioria, por atuais dirigentes do Sinpro-ES. A 2, Oposição, por docentes que desejavam mudança no sindicato.
O esquema de votação ocorreu por meio de 50 urnas fixas e itinerantes, uma vez que a eleição abrangeu todo o Estado. A apuração, por sua vez, foi realizada durante esta quinta-feira (3).
Batalha judicial
Desde fevereiro deste ano, a Justiça intermedia a eleição no Sinpro-ES. Na ocasião, a juíza do Trabalho Lucy de Fátima Cruz Lago, titular da 9ª Vara do Trabalho de Vitória, concedeu liminar ao professor Raphael Aguiar Bremenkamp (processo 0000087.03.2018.5.17.0009). O documento obrigava o Sinpro-ES a exibir as atas de assembleias de mudança do Estatuto e do processo eleitoral.
Raphael, associado da entidade e que passou a compor a chapa de oposição, apresentou à Justiça declarações dos diretores César Albenes de Mendonça Cruz e Antonio Carlos Vivaldi. Ambos afirmaram que desconheciam a existência de processo eleitoral na entidade, que já estava marcado para o dia 28 de fevereiro deste ano, convocado por edital publicado no dia 1º de fevereiro passado, no dia de retorno dos professores as aulas.
Diretores citados no processo explicaram que o presidente e secretário-geral do Sinpro-ES, respectivamente Jonas Rodrigues de Paula e Juliano Pavezi Peixoto, indicaram os advogados da entidade, que são subordinados à diretoria, para conduzir a comissão eleitoral, sem conhecimento de todos os membros da executiva. A convocação das eleições foi publicada no dia 1º de fevereiro deste ano, com apenas cinco dias corridos para inscrição de chapas. E o próprio diretor Juliano Pavezi Peixoto inscreveu, no dia 6 de fevereiro de 2018, a chapa única.
Por suspeitas de irregularidades, a 9ª Vara do Trabalho de Vitória suspendeu as eleições do Sindicato dos Professores (Sinpro-ES). A nova data para o pleito foi escolhida em juízo, com consenso entre as duas chapas, o dia 2 de maio, última quarta-feira.
Reclamações
A Chapa 1 não confirmou se vai recorrer da decisão. Mas, de acordo professor Raphael Aguiar Bremenkamp, houve problemas no processo eleitoral. Ele afirma que a lista de votantes estava desatualizada, com nomes de escolas já fechadas, e foram registrados casos de professores que são associados ao sindicato, mas não puderam votar pela ausência de seus nomes na lista.
Além disso, durante o processo, houve denúncias de que mesários queriam que os professores colocassem as cédulas em envelopes com identificação, o que é inconstitucional, já que o voto é secreto.