O requerimento, protocolado nesta quarta-feira (9), denuncia principalmente o risco de desabamento do prédio da unidade escolar, construído em área de brejo, ameaça já apontada em laudo da Defesa Civil Municipal emitido em janeiro deste ano, e a péssima qualidade da água servida na escola, que é a mesma que atende toda a comunidade.
O serviço de tratamento de água foi abandonado pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) e hoje é feito por uma comissão formada dentro da Associação de Moradores, que não tem qualquer qualificação técnica para tal. O resultado é uma água amarelada e gordurosa, que queima a pele, mancha as roupas claras e é impossível de ser ingerida pela população, que busca água de beber em uma cacimba. Na escola, porém, a água que abastece os bebedouros é amarelada e gordurosa.
O documento elenca ainda outras graves questões estruturais da escola. “O calvário dos infantes não vai só da água aos muros e paredes: o ambiente escolar não possui condições de proporcionar o fim a que se destina”, afirma o requerimento, citando a falta de acessibilidade, o déficit no quadro de profissionais, falta de carteiras e materiais de ensino adequado, entre outras.
“Tudo isso atenta contra a dignidade das pessoas que residem na comunidade”, afirma o documento, referindo a “mazelas impingidas por uma administração omissa e pelo mau uso das verbas destinadas à educação”.
O pedido é acompanhado de um abaixo-assinado com cerca de 400 nomes, que ainda circula na comunidade, com o mesmo pleito. A situação também já foi denunciada ao Ministério Público Estadual.
O município, no entanto, até o momento apenas reformou parte do muro da escola e o prefeito ainda não atendeu ao pedido da comunidade, alegando não ter recursos para construir uma nova unidade.