Surgido a partir de estudantes cineclubistas dos anos 70, o Cine Metrópolis mantém até hoje sua característica de exibir filmes alternativos que tratam de temas políticos e sociais do Brasil e do mundo. Nos próximos dias, a programação está repleta de atrações para quem se interessa por filmes nesse estilo.
A partir de quinta-feira (17) entra em cartaz o documentário O Processo, que registra os bastidores do poder no Congresso e no Planalto durante o processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Falando em história, na próxima semana também haverá exibição de filmes dentro do colóquio “50 anos: reverberações de maio de 68 na França e no Brasil”, que vai contar com conferências, mesas de debate e lançamentos de livros. Na terça-feira (22), a sessão especial será com o filme Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal. Na quarta-feira (23), o filme da vez é No Intenso Agora, de João Moreira Salles. Ambas sessões começam às 19 horas e serão seguidas de debate com o escritor e dramaturgo Wilson Coêlho.
Na quarta-feira (16), haverá exibição do Cineclube Diversidade, com o filme Lampião da Esquina, que fala sobre o jornal voltado para o público LGBT nos anos 70, em plena ditadura militar. Outro filme que fala de ditadura e jornalismo é A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro, que retrata a vida e carreira de um dos mais importantes e polêmicos jornalistas do Brasil, criador do Pasquim. A obra faz sua pré-estreia no próximo sábado (19).
Na sexta (18), o tema será o sistema carcerário atual com o documentário Central, de Tatiana Sager, que retrata a realidade no Presídio Central de Porto Alegre. A sessão faz parte do projeto Cinema em Rede, que realiza exibições simultâneas em diversos lugares do Brasil. Após o filme haverá debate em rede com a diretora do filme, Tatiana Sager; o codiretor, Renato Dornelles; a juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre, Sonáli da Cruz Zlohan; a coordenadora da Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação da UFRGS, Giancarla Brunetto; e Elionaldo Fernandes Julião, professor adjunto da UFF e pesquisador da situação carcerária.
Na segunda-feira, o Cineclube Aldeia, que apresenta filmes sobre as temáticas sobre os povos originários, exibe o documentário argentino Damiana Kryygi, sobre uma mulher indígena sobrevivente de um massacre. A sessão também será seguida de debate com professores e estudantes integrantes do cineclube
Confira abaixo as sinopses e horários das sessões:
FICHA TÉCNICA
O Processo, de Maria Augusta Ramos
O documentário acompanha a crise política que afeta o Brasil desde 2013 sem nenhum tipo de abordagem direta, como entrevistas ou intervenções nos acontecimentos. A diretora Maria Augusta Ramos passou meses no Planalto e no Congresso Nacional captando imagens sobre votações e discussões que culminaram com a destituição da presidenta Dilma Rousseff do cargo.
Datas: Quinta-feira (17), 16h15; Sexta-feira (18), 19h; Sábado (19), 16h15; Domingo (20), 16h15 e 19h; Terça (22), 16h15; Quarta (23), 16h15
Entrada R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Central, de Tatiana Sager
Um sistema prisional falido e beirando o caos, a partir da realidade do maior presídio do país, que sofre com uma superlotação crônica e cujo controle, a partir do portão das galerias, é exercido pelos próprios presos, na maioria dos casos, líderes de facções criminosas.
Data: Quinta-feira (17), 19h
Entrada gratuita. Sessão seguida de debate.
A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro, de Leo Garcia e Zeca Brito
Boêmio. Provocador. Sedutor. Revolucionário. Além de idealizador do Pasquim, Tarso de Castro foi um dos maiores jornalistas do Brasil. Ao investigar sua vida, a recente história do país e o retrato de uma geração que viveu sonhos extraordinários vêm à tona.
Data: Sessão de pré-estreia Sábado (19) às 19h30
Entrada R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Damiana Kryygi, de Alejandro Fernández Mouján
Batizada com o nome de Damiana por seus captores, o documentário apresenta a trajetória desta sobrevivente de um massacre perpetrado contra uma comunidade Aché, nas florestas paraguaias, em 1896. Sua história é marcada pela apropriação e negação do seu corpo por diversos interesses, desde os mais comumente associados à colonização, até os insuspeitos estudos científicos. Um século depois do massacre, seu povo recuperou seus restos mortais e a enterrou em terras ancestrais, como símbolo de esperança.
Data: Segunda-feira (21), 18h30
Entrada gratuita. Sessão seguida de debate.
O Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal
Após uma catástrofe nuclear, Milos, um Poncio Pilatos, acolhe no seu terreno baldio que serve de cemitério de automóveis, uma banda de punk rock que é perseguida pela polícia. Esta ação pós desastre faz aparecer um personagem com as mesmas características de Jesus Cristo (Emanou), que também é perseguido pela policia por ser considerado um agitador perigoso.
Data: Terça-feira (22), 19h
Entrada gratuita. Sessão seguida de debate.
No Intenso Agora, de João Moreira Salles
Documentário político que justapõe, através de imagens de arquivo, uma série de acontecimentos diferentes da década de 1960, como: a revolta estudantil em Paris, a Primavera de Praga em meio a dominação da União Soviética e a China de 1966 sob o regime de Mao, experienciado pela mãe do diretor na época.
Data: Quarta-feira (23), 19h
Entrada Gratuita. Sessão seguida de debate.