A Praça Costa Pereira é um marco para a cidade de Vitória. Por muito tempo foi um dos principais pontos de encontro da capital capixaba, mas hoje se tornou principalmente um local de passagem. Daí a intenção que existe há alguns anos de moradores do Centro de reocupar o espaço, gerando novos encontros e também fortalecendo a economia local.
Por isso, a partir de junho, voltará a ser realizada a feira comunitária Sabor&Arte, que depois de anos sem realização, vai acontecer toda terça e quinta-feira na praça, reunindo cerca de 15 expositores nos ramos de gastronomia, artesanato e economia criativa, incluindo artistas e comerciantes do bairro e de outras regiões. A data de estreia ainda vai ser marcada pela organização da feira, mas o projeto prevê que todas as quintas-feiras, o espaço receba programação cultural especial, por meio de parceria com grupos e coletivos artísticos e culturais.
“Além da revitalização e geração de renda, queremos criar um espaço aberto para a cultura, para que os coletivos possam expor seus trabalhos e outras ações de cunho cultural e social. Esperamos que vire uma referência, que a população saiba que pode comparecer às quintas-feiras, que vai ter atividade cultural”, afirma Cristiane Martins, presidente da Associação Cultural Capixaba (Cuca), que promove a feira junto com a Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro).
Se feiras anteriores acabaram não tendo continuidade por dificuldades burocráticas relacionadas com alvarás e fiscalização, desta vez, a articulação conta com regularização na Prefeitura de Vitória e apoio de diversas entidades para a programação cultural, que deve incluir participação dos alunos da Faculdade de Música do Estado (Fames), de projetos apoiados pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), da Bateria da Unidos da Piedade, do Cineclube Resistência Urbana, surgido das ocupações por moradia, e outros projetos que dialogam com a cultura no Centro da cidade, conforme adianta Cristiane.
Além do calendário semanal, a feira também espera acontecer de forma extraordinária em momentos e eventos em que há grande mobilização no Centro, como o Viradão, que volta acontecer este ano, em setembro. “Queremos que a feira seja abraçada pela comunidade do Centro de Vitória, que passe a fazer parte da rotina do bairro. A praça ainda é um marco político e social da cidade, muitas movimentações ou manifestações passam, param ou ficam na Costa Pereira, mas ela perdeu esse caráter de servir como ponto de encontro de famílias e amigos”, acredita Cristiane, que ressalta que a organização está buscando valorizar e resgatar os antigos parceiros, incorporando também ou poucos feirantes que mantém suas barracas no local até hoje.
A compra das barracas e outras necessidades da feira foram feitas por meio de projeto apoiado pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).