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Oposição luta na Justiça pelo direito de concorrer às eleições no Sindicato dos Ferroviários

Ferroviários que desejam, há uma década, disputar as eleições no sindicato da categoria, o Sindfer, podem finalmente ter o direito de concorrer a um novo pleito. Processo judicial que corre desde 2016 e investiga uma série de irregularidades na última votação pretende cancelar o resultado e iniciar um novo sufrágio. A próxima audiência que definirá a situação está marcada para o dia 21 de setembro. Nas últimas eleições, também em 2016, a chapa 2–Cebolão, de oposição, sequer conseguiu entrar na disputa. Venceu a chapa 1-Raízes, única e da situação.
 
De acordo com o ferroviário Adir Barbosa da Cruz, as eleições foram parar na Justiça porque o grupo Raízes “tomou conta do sindicato e impede o surgimento de novas lideranças”. Adir completa: “O Sindifer, que é um instrumento de todos os trabalhadores, tem uma representação antidemocrática e parasita, por isso, impugnaram a única chapa de oposição”.
 
Segundo ele, o processo eleitoral foi totalmente viciado, pois os membros da Comissão Eleitoral foram indicados pela atual diretoria, que se perpetua no poder há 22 anos. “Impediram o registro da chapa de oposição através de impugnações indevidas, coação e intimidação. Ocorreram impugnações de colegas que tinham sido reintegrados e que têm reconhecidamente os seus direitos sindicais. Além disso, vários colegas foram procurados pela diretoria do Sindicato e por outros integrantes da Chapa Raízes para que desistissem de sua inscrição, com textos iguais e reconhecimento de firma no mesmo dia e cartório”.
 
O ferroviário afirma que a ação judicial foi impetrada para garantir que sejam realizadas eleições limpas e democráticas e que para que os ferroviários possam fazer suas escolhas. Para isso, é necessário e fundamental que sejam permitidas as inscrições de chapas opositórias. “A pergunta que fica é por que o grupo do sindicato tem medo da inscrição de chapas de  oposição?”. 
 
Adir explica que, no ano de 2007, um grupo de ferroviários decidiu formar uma chapa para disputar a eleição, depois de vários pleitos de chapa única. Na eleição de 2008, o grupo obteve 35% dos votos, o que, segundo ele, deixou a diretoria que estava no poder, à época já há 12 anos, preocupada. 
 
Segundo Adir, dessa forma, logo após as eleições, foram realizadas mudanças estatutárias duvidosas e sem a participação da categoria, que aumentaram o mandato de três para quatro anos. As alterações também diminuíram o prazo para inscrições de chapas de 15 dias para cinco dias. Além disso, o tempo para os ferroviários disputarem eleição passou de seis meses como associados ao sindicato, conforme prevê a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para 18 meses. 

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