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Maternidade da Serra é ampliada sem anestesista para realizar os partos

Fotos: Sindicato dos Médicos
Uma nova ala da Maternidade de Carapina foi inaugurada em solenidade nesta segunda-feira (4) pelo prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), com a presença de aliados políticos. A medida seria importante para os moradores da cidade, se não fosse um detalhe: o hospital está funcionando sem anestesista. Diante do descaso, o Sindicato dos Médicos (Simes) tem alertado às gestantes e suas famílias que procurem outras unidades de saúde para realizar os partos. 
“Procurem outra instituição de saúde para conferir dignidade ao parto, uma vez que a Maternidade de Carapina é extremamente irresponsável com a vida de seus pacientes”, disse o presidente do Simes, Otto Baptista. De acordo com o Sindicato, os gestores chegaram a negociar com os representantes da especialidade de anestesia, porém, não houve acordo. Mesmo assim, a Maternidade segue aberta, com obstetras trabalhando sem o auxílio do profissional.
“A ausência de um anestesista na Maternidade de Carapina é apenas mais um episódio do descaso e desrespeito da gestão com a área da saúde, em que a parturiente tem seus direitos negligenciados e proibidos – sim, essa é a palavra, uma vez que o município proíbe também que as mulheres em trabalho de parto tenham acompanhantes, como lhes é de direito”, completou Otto.
Além da falta de anestesista, a Maternidade de Carapina também tem sofrido com problemas de infraestrutura. Segundo vistoria realizada pelo Sindicato dos Médicos, foram flagradas pacientes que acabaram de dar à luz sentadas em cadeiras de plástico, assim como outras que estavam em trabalho de parto. 
O Sindicato recebeu denúncias de condições impróprias para o atendimento à população e que foram confirmadas na vistoria, como falta de berço para os recém-nascidos, que acabam dormindo junto com as mães em salas de parto compartilhadas com gestantes. Além disso, há pacientes internadas no corredor da maternidade, na sala de repouso e até em mesas de parto. 

Materiais hospitalares também estão inadequadamente dispostos em banheiros de enfermarias. Há mofo no teto de enfermarias e lixo hospitalar aberto e em contato com pacientes.

“Verificamos também gestantes de alto risco instaladas em enfermarias improvisadas, peregrinando e implorando por uma vaga para dar a luz a seus filhos, correndo todo o risco de parir e não haver vagas nas UTIs Neonatal. Precisamos dar dignidade e respeito às mulheres capixabas antes e durante e após o parto. Para tal, o gestor não pode, jamais, negligenciar às suas obrigações”, afirmou Otto Baptista.
Com a nova ala, segundo a prefeitura, a maternidade passará a oferecer de 200 a 400 partos por mês, com ampliação de 20 para 39 leitos.

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