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ARSP estuda projeto de hastes metálicas na Terceira Ponte

Ainda não há previsão para instalação de hastes metálicas na Terceira Ponte com o intuito de prevenir suicídios. De acordo com a Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), responsável pelo contrato de concessão da via com a Rodosol, a instalação do equipamento continua em estudo e “podem surgir novas ideias”. 

A instalação de mecanismos para prevenção de suicídios na Terceira Ponte foi tema de reunião do colegiado de Infraestrutura e Mobilidade Urbana nesta segunda-feira (18). “Começamos a pesquisa prévia de preço para saber se o valor proposto pela Rodosol é o valor de mercado. Mas ainda não está decidido e nós estamos abertos a outras ideias. Estamos estudando a melhor solução de engenharia e qual a melhor forma de equacionar o custo”, explicou o diretor da Agência, Antônio Júlio Castiglioni Neto.  

Ele afirmou que a Terceira Ponte se tornou um “hot spot”, local público e acessível com frequentes ocorrências de tentativa de suicídio. Na semana passada, a ponte, principal ligação entre Vitória e Vila Velha, ficou fechada durante cinco horas para atendimento de ocorrência pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar.

Sobre medidas de proteção, Castiglioni lembrou que o primeiro estudo sobre a instalação de equipamentos de proteção – apresentado pela Rodosol à agência – não se viabilizou:  “A primeira ideia eram muros de vidro com espessura resistente. Essa estratégia evitaria as ocorrências e manteria a parte visual da via, especialmente a visualização do Convento da Penha, em Vila Velha. O problema desse projeto é que haveria desconforto climático, muitas chances de vandalismo e um gasto grande com manutenção e limpeza”, alegou o diretor.

O deputado Marcelo Santos (PDT), presidente do colegiado, defendeu que o Estado busque recursos para instalação da barreira com as grandes empresas instaladas no Espírito Santo, Vale e ArcelorMittal. O parlamentar também defendeu que nenhum valor paga uma vida. “Vamos aguardar mais uma pessoa morrer na ponte? Eu quero saber o que nós vamos fazer? Nós vamos ver as pessoas morrendo e uma plateia imbecil que acha que aquele cidadão tem mesmo de atentar contra a própria vida porque está gerando um engarrafamento?”, indagou. 

Para o deputado Euclerio Sampaio (PSDC), autor de projeto que determina a instalação das barreiras, a conta precisa ser paga pela Rodosol. “Quem presta o serviço tem de garantir a segurança e ponto final. Ela explora a via. O governo precisa cobrar isso. Mas, infelizmente, o que nós temos é um contrato ilegal e imoral. O capixaba já pagou essa conta há muito tempo com o pedágio”.

A Arsp defende também que o problema transpassa a questão da saúde pública. “De forma sistêmica, o número de ocorrências não cai. A proteção vai resolver um problema local. Mas fazer esse investimento na Terceira Ponte não vai resolver o problema do suicídio”, reforçou o diretor da agência.  

Projeto

No final de 2016, em uma votação apertada (9 votos a 8), depois de uma dura briga entre o autor da matéria e o então líder do governo Gildevan Fernandes (MDB), incluído vários episódios de bate-boca na Casa, o governo levou a melhor e o projeto de Euclério foi rejeitado pelo plenário. No começo de 2017, Euclério apresentou novamente o projeto de lei, mas este ainda está parado na Assembleia. O assunto se tornou a principal bandeira do parlamentar, trazendo um certo constrangimento para o governo, que mesmo com um grande apelo popular e com o governo não tendo um argumento convincente para vetá-la, não sai do papel.

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