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Ex-PMs fazem ato em frente ao Quartel em favor da anistia

Ex-policiais militares que foram desligados da Corporação após procedimentos administrativos, acusados de envolvimento na paralisação da tropa em fevereiro de 2017,  realizaram um movimento na manhã desta sexta-feira (13), em frente ao Quartel do Comando Geral (QCG), localizado em Maruípe, Vitória. Vinte dos 22 PMs expulsos participaram da ação, cujo objetivo foi recolher assinaturas para proposição de um projeto de lei de iniciativa popular na Assembleia Legislativa para a anistia dos militares afastados. 

De acordo com uma das participantes, Michelle Ferri, que atuou durante 13 anos na Polícia Militar do Estado, mais de 100 assinaturas já teriam sido recolhidas até o final da manhã. Os ex-PMs levaram uma faixa, estendida à frente dos carros quando o sinal em frente ao QCG fechava, com os dizeres “Anistia, a Paz é o Caminho”. Também montaram uma tenda de apoio.

Dos 22 PMs desligados da Corporação, 19 trabalham na antiga Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) e três de outros batalhões. “Os procedimentos administrativos foram injustos. Nós sempre trabalhamos obedecendo ordens. E não recebemos uma ordem para desobstruir as entradas dos batalhões, onde os familiares dos militares faziam seu movimento. Os oficiais que deveriam ter dado essa ordem não foram desligados”, disse Michelle, que ainda não encontrou outro emprego e, assim como os demais PMs, tem sobrevivido com ajuda de um fundo criado pela Associação de Cabos e Soldados (ACS). “Tem sido muito difícil deixar um trabalho que era feito com amor. Para um ex-PM é quase impossível arrumar um emprego; existe muito preconceito”, completou Michelle. 

Anistia de crimes

Paralelo ao pedido de anistia estadual, que estaria focado nos PMs desligados por procedimentos administrativos, um pedido federal também está em curso. Nesse caso, para beneficiar os militares que respondem processo na esfera criminal. 

Na última quarta-feira (11), o Plenário da Câmara Federal aprovou o requerimento de urgência para a votação do Projeto de Lei 6.886, de autoria do deputado federal Carlos Manato (PSL), que solicita a inclusão do Espírito Santo na Lei 12.505, de 2011, que já concede anistia a militares em 22 estados e no Distrito Federal. A votação, que deve ocorrer depois do recesso parlamentar, deve beneficiar cerca de 700 militares capixabas. 

De acordo com o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Noé da Matta Ribeiro, a aprovação do regime de urgência para votação do PL já é uma grande vitória para a categoria. “É um grande avanço para os policiais capixabas, que estão passando por uma situação muito difícil. Traz um alívio porque, como é uma lei federal, os estados precisam cumprir”. 

O movimento dos familiares dos militares capixabas aconteceu em fevereiro de 2017. Foi motivado pela falta de reajustes salariais, no período de sete anos, e por condições precárias de trabalho, como viaturas sucateadas e a falta de equipamentos básicos de trabalho, expondo a vida dos militares.

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