O gestor da Santa Casa de Misericórdia de Iúna, o advogado Roberto Carlos Scardino Justo Marcondi, teve a prisão preventiva decretada nesdsa terça-feira (24), pelo juiz Akel de Andrade Lima, da Segunda Vara da Comarca de Iúna, na região do Caparaó Capixaba.
A decisão atende a uma ação penal pública impetrada pelo Ministério Público Estadual (MPES), onde o gestor e mais duas pessoas são acusados de se associaram para o fim de cometerem crimes, entre os anos de 2012 e 2016, período em que desviaram R$ 400 mil do hospital.
Os demais réus são Marina Lopes Ribeiro Scardino Marcondi, esposa de Roberto e responsável pelo setor contábil da Santa Casa de Iúna, e o empregado José Olímpio de Almeida.
Na Ação, o MPES relata que Marina “mantinha contabilidade paralela à oficial, emitindo diversos 'vales' em favor de seu marido, e ainda determinava o pagamento de diversas contas particulares com recursos do hospital”. E que José Olímpio, “mesmo ciente de seus deveres previstos no art. 28, IV e VI do Estatuto da Santa Casa de Iúna, se omitiu diante das diversas irregularidades, embora tenha assumido a responsabilidade de impedir o resultado, permitindo que os demais denunciados tivessem amplo controle do Hospital, resultando em aumento substancial nos desvios e apropriações”.
Roberto Carlos procurava, ainda, “blindar os demais denunciados das investidas dos órgãos de controle, de modo a evitar auditorias sérias que pudessem descobrir o esquema de apropriação e desvios na Santa Casa de Iúna”.
Na decisão, o juiz argumenta que “os efeitos do delito atribuído ao acusado Roberto Carlos Scardino Justo Marcondi atingiram de forma drástica a população local, uma vez que o Hospital Santa Casa de Iúna é o único da cidade, seja por convênio, pago de forma particular, ou pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, sendo, por isso, necessário o afastamento dos três réus.
Contra Roberto foi decretada prisão preventiva. E contra Marina e José Olímpio, impostas outras medidas cautelares: obrigação de comparecimento mensal em juízo, pagamento de fiança (R$ 100 mil para Marina e R$ 5 mil para José Olímpio); e proibição de frequência e/ou acesso ao Hospital Santa Casa de Iúna.
Diante da gravidade dos fatos, além da prisão preventiva de Roberto Carlos e da condenação ao pagamento de fiança pelos demais, a Prefeitura de Iúna procedeu a intervenção administrativa na Santa Casa.