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Psol-ES publica nota com críticas à extinção da Comissão Justiça e Paz

O Partido Socialismo e Liberdade do Estado (Psol-ES) divulgou uma nota contra a extinção da Comissão Justiça e Paz (CJP) da Arquidiocese de Vitória. Com o título “Arcebispo extingue CJP mas não cala legado de Dom João: ‘só o povo salva o povo’”, a legenda considera a decisão do arcebispo metropolitano dom Luiz Mancilha, de acabar sumariamente com a CJP, uma tentativa de “enterrar os 40 anos de lutas sociais da Comissão”.

“O Psol capixaba lamenta a extinção da CJP, que protagonizou importantes histórias de lutas no Espírito Santo, especialmente nos 'Anos de Chumbo', acolhendo um enorme contingente de militantes em defesa da liberdade e perseguidos pelo regime militar. Nomes como João Batista Herkenhoff, Isabel Aparecida Borges, Professora Vera Nacif e Rogério Vello, entre tantos outros capixabas (de nascimento ou de coração), fizeram da defesa dos direitos humanos e da democracia uma missão de vida”, diz a nota.

E continua: “É impossível relembrar das quatro décadas de serviços prestados pela CJP à sociedade sem mencionar Dom João Batista da Motta e Albuquerque e o bispo auxiliar Dom Luís Gonzaga Fernandes. Progressistas por convicção, ambos se dedicaram a aproximar a Igreja Católica das pautas sociais, como a defesa de moradias e dos direitos dos trabalhadores. A extinção da CJP por Dom Luiz Mancilha Vilela significa um preocupante retrocesso nessa história de lutas sociais da Igreja Católica”. 

Os militantes capixabas do partido também prestaram solidariedade ao ex-presidente da CJP, Bruno Toledo. “Nesse lamentável episódio que tenta pôr um ponto final nessa história de lutas da CJP, o Psol também não pode deixar de registrar a coerência de Bruno Toledo em renunciar à presidência da Comissão em repúdio à decisão de Mancilha de se aliar ao senador Magno Malta (PR), antagonista histórico da defesa de direitos. O Psol parabeniza o ex-presidente da CJP pela sua coragem de seguir 'o espírito que vivifica' e se solidariza com os demais membros que integravam a Comissão, nutrindo a esperança de que o brilho da luz lançada por Dom João, das trevas da ditadura, não se apague da história do Espírito Santo e siga iluminando o futuro das lutadoras e dos lutadores capixabas”.

Luiz Mancilha extinguiu a CJP na última sexta-feira (3), um dia depois da renúncia do então presidente da Comissão, Bruno Toledo, que entregou o cargo como reação ao encontro de Mancilha com o senador Magno Malta (PR), defensor declarado da pena de morte e da redução da maioridade penal, medidas veementemente condenadas pelos militantes dos direitos humanos.  

Malta foi recebido na Cúria Metropolitana para prestar apoio ao arcebispo na luta contra o aborto. O líder da Igreja Católica no Estado também gravou, recentemente, um vídeo em que acusava o Psol de “ser um partido que defende a morte”, aconselhando o fieis a boicotarem a legenda nas eleições deste ano.

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