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Mais que uma feira, um Ponto de Saúde na Cidade Alta

Fotos: Vitor Taveira

A tarde cai e o sol se põe enquanto alguns corpos se esticam em posições de Tai Chi Chuan em frente à bela Catedral de Vitória, no Centro da Capital. Ao fundo, agricultores comercializam alimentos orgânicos produzidos no interior do Estado. Ao lado, uma barraca com nutricionista dá dicas para o público sobre dúvidas frequentes e ajuda a descobrir e redescobrir os alimentos.

Esse é o cenário das tardes de quarta-feira na região da Cidade Alta. Há quase dois anos, o local ganhou uma pequena feira de alimentos orgânicos a partir da parceria da associação de moradores do bairro, Amacentro, e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a cooperativa Apsad-Vida. A experiência cresceu, uniu parcerias, e neste ano passou a ser chamado Ponto de Saúde, incluindo no mesmo espaço outras atividades que ajudam a entender a questão de maneira mais ampla.

Com slogan “alimentação saudável e vivências comunitárias”, o objetivo é gerar vivências e ir para além das relações apenas de consumo. Uma tenda ao lado da comercialização de alimentos é ocupada por estudantes e professores do curso de Nutrição da Católica de Vitória Centro Universitário, que trazem diversas dicas. A cada semana, o lugar recebe uma oficina diferente, que pode ser feita gratuitamente.

“É muito melhor poder trabalhar com a educação, prevenção. É melhor assim do que pesando, medindo e pedindo para a pessoa fechar a boca, para emagrecer. Aqui se pode trabalhar com a essência da nutrição que é o alimento”, explica Alessandra Garcia, coordenadora do curso de Católica de Vitória.

Numa dessas oficinas, ensinou-se sobre aproveitamento integral de alimentos, com a utilização de talos, cascas e outras partes que muitas vezes se joga fora, mas que podem ser bem aproveitadas. Também sobre higienização adequada dos alimentos. Em outra ocasião, falou-se sobre Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANC's), que são alimentos muitas vezes vistos como mato, mas que são comestíveis, têm bom valor nutricional, e podem render receitas deliciosas. Por vezes, o grupo traz algumas receitas prontas para degustação, com sucesso de público.

“Nossa ideia é trabalhar o consumo consciente, trazer informações verdadeiras, sem modismo, sem receita mágica, coisas do dia a dia que a pessoa pode fazer para melhorar a saúde”, completa a professora.

Além da venda de alimentos e das oficinas, o local também aposta na integração com práticas alternativas de saúde, como aulas gratuitas de yoga, Tai Chi Chuan e outras, ministradas por professores voluntários.

“A premissa do Tai Chi Chuan, além de ser uma arte marcial, é promover a saúde, foi criada para tonificar o corpo, melhorar a saúde, alcançar longevidade”, conta Carlos Alberto Rodrigues, que ministra essas aulas. Ele explica que a prática contribui com a melhor respiração e consciência corporal. “Alimentação saudável, exercício, convivência, de forma conjunta, contribuem também para a saúde mental, combatendo estresse, ansiedade, depressão”, considera o professor.

Os agricultores e feirantes também aprovaram o novo formato. “A integração tem sido boa, agrega bastante, pois muitas pessoas não conhecem bem como preparar os alimentos e podem ter acesso a outras práticas”, diz Lutero Uhlig, da Associação de Produtores Santamariense em Defesa da Vida (Apsad-Vida).

Nesta quarta-feira, a programação do ponto de saúde terá oficina de kefir, um uma bebida probiótica que traz diversos benefícios à saúde, às 15h, e aula de Tai Chi Chuan a partir das 17h. A comercialização de alimentos acontece entre 14h30 e 18h30.

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