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Justiça bloqueia bens de ex-secretário estadual de Obras Públicas

Acusados de usarem dinheiro público de forma indevida, o ex-secretário de Transportes e Obras Públicas do Espírito Santo (Setop), Fábio Ney Damasceno – hoje secretário de Mobilidade do Distrito Federal –, e o ex-assessor especial João Victor de Freitas Espíndula tiveram seus bens bloqueados, em decisão tomada na última quarta-feira (22) pela Justiça estadual.

Os dois foram condenados por patrocinar um evento de forma indevida em 2014, causando um prejuízo aos cofres do Estado de R$ 220 mil, segundo o Núcleo Anticorrupção e de Combate à Improbidade Administrativa (Naia) da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Na ação civil pública, os procuradores afirmam que os réus cometeram atos de improbidade administrativa e que o ex-secretário, inclusive, já foi condenado pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo a restituir a referida quantia aos cofres públicos.

Em dezembro de 2014, a Procuradoria apontou falha em uma série de requisitos necessários para a aprovação de patrocínio e que não estavam dentro do que determina a legislação. 

Entre eles, a ausência de ato fundamentado sobre a relevância do evento para a administração pública, conforme preconiza o art. 5º do Decreto estadual Nº 3.565-R/2014; falta de reserva orçamentária; inobservância do prazo mínimo de 30 dias de antecedência entre a data em que foi firmado o contrato e a data de realização do evento; e ausência de atestado de exclusividade, uma vez que a TV Vitória seria a única responsável pela realização do seminário.

Mesmo com o parecer da PGE apontando a antijuricidade da contratação, Fábio Damasceno deu sequência ao processo nos instantes finais de sua gestão à frente da Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop), formalizando o patrocínio financeiro do evento, mediante inexigibilidade de licitação.

A ação ressalta ainda que o réu tinha conhecimento da existência da proposta de uma outra empresa de publicidade para realização de evento semelhante, razão pela qual a decisão pela contratação direta por inexigibilidade de licitação apresentou-se flagrantemente ilícita.

Segundo os procuradores do Naia, o ex-secretário agiu de forma consciente e deliberada, apresentando uma conduta que viola os princípios da administração pública.

Aprovado pelo Conselho da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e instituído pela portaria nº 22, de 20 de março de 2017, o Naia tem o objetivo de combater e prevenir os atos de corrupção e de improbidade na administração pública estadual. 

O Núcleo é formado por um procurador-chefe e três membros, e as decisões do grupo são colegiadas, definidas em votação pela maioria. Atualmente, outras duas ações estão prontas, aguardando serem protocoladas.

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