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1ª Marcha pela Visibilidade Lésbica do Estado acontece nesta quarta

“Venha fazer história!”. É com esse convite arrojado que o coletivo Santa Sapataria e outras organizações parceiras convidam para a I Marcha pela Visibilidade Lésbica do Espírito Santo, nesta quarta-feira (29), Dia da Visibilidade Lésbica.

A concentração será às 16h, na Escadaria do Palácio Anchieta, onde será definido o trajeto da Marcha, pelas ruas do Centro de Vitória. O objetivo é marchar contra o racismo, o machismo e o lesbocídio. “Por Marielle, por Luana e por todas nós!”, convocam as organizadoras.

A visibilidade é uma questão primordial para a população lésbica. E motivou, inclusive, a mudança da sigla que designa as principais orientações sexuais reconhecidas hoje no país. Até 2008, a sigla era GLBT, passando para a atual LBGT, exatamente para dar visibilidade a esse público.

“Quase ninguém tem percepção de quanto as mulheres lésbicas sofrem. As mulheres sejam lésbicas ou trans sempre são mais invisibilizadas”, afirma Deborah Sabará, que preside o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) e é membro da Associação Grupo Orgulho, Dignidade e Liberdade (Gold), um dos organizadores da Marcha, ao lado do coletivo Santa Sapataria, do Fórum De Mulheres ES, do Grupo Cores (Consciência, Orgulho e Respeito no Espírito Santo) e do Fórum Estadual LGBT.

“Nós somos invisibilizadas de várias formas: por sermos mulheres, por sermos lésbicas, indígenas, negras”, corrobora Carolina Maria, integrante do Santa Sapataria. A discriminação, o machismo, o patriarcado, prossegue, existem também dentro dos movimentos sociais.

“O que acontece no Movimento LGBT é um reflexo do que acontece na sociedade como um todo. Nós, mulheres, sempre nos encontramos em espaço de inferioridade, de não conquistar o poder, de ter medo de falar, acaba caindo no mesmo cenário. O movimento de mulheres lésbicas é muito difícil de organizar, em nível nacional. Não aprendemos a nos organizar politicamente e socialmente”, reflete Carolina.

A violência contra a mulher lésbica, no entanto, tem especificidades, que muitas vezes ficam escondidas nas estatísticas gerais de feminício e violência contra a mulher, ressalta a ativista do Santa Sapataria. “São estupros coletivos, onde a mulher é estuprada por vários homens pra ‘aprender a gostar de homem’”, exemplifica. 

O Espírito Santo, destacam as organizadoras da Marcha na página do evento, “é o Estado com maior índice de feminicídio da região Sudeste e o 3º em âmbito Nacional. A ausência de políticas públicas de proteção às mulheres é um dos principais desafios para a sociedade capixaba”.

“Todas as mulheres feministas, mulheres lésbicas, devem vir pra Escadaria do Palácio Anchieta. Vamos encher essa escadaria e dizer que essa população não pode ficar invisível. Vamos colocar a cara na rua e fazer uma grande marcha em apoio às mulheres lésbicas!”, convoca Debora.

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