Alinhado a Jair Bolsonaro (PSL-RJ) a ponto de desprezar uma reeleição praticamente garantida à Câmara Federal para disputar o governo do Estado, o deputado federal Carlos Manato (PSL) encontra dificuldades para consolidar seu nome ao segundo turno, cujas probabilidades de ocorrer ainda são indefinidas.
Apesar da popularidade de Bolsonaro no Espírito Santo, principalmente em municípios do norte do Estado, a campanha de Carlos Manato não aparece acoplada a ele, que disputa isoladamente com o ex-presidente Lula (PT) a preferência do eleitorado local, segundo avaliação de lideranças políticas.
Manato corre o risco de perder o mandato e, também, um cargo ministerial em um eventual governo de Bolsonaro, considerando as projeções que sinalizam para um teto de votos do capitão reformado do Exército nas eleições de 7 de outubro, apesar de bem colocado nas pesquisas até então.
Concebida para servir de palanque para Bolsonaro no Espírito Santo, a campanha de Manato recebe o reforço do senador Magno Malta (PR), líder nas pesquisas para o Senado, do deputado Amaro Neto (PRB), e do próprio presidenciável. A partir do horário de propaganda no rádio e na TV, que começa nesta sexta-feira (31), deverá haver um crescimento, insuficiente, no entanto, para levá-lo a um segundo turno, se houver.
Segundo a tendência sinalizada nas pesquisas de opinião, caso as eleições não sejam definidas em 7 de outubro, o segundo turno deverá ser disputado entre Renato Casagrande (PSB) e Rose de Freitas (Podemos), que aparece em segundo lugar.
O ex-governador se consolida como líder na corrida ao Palácio Anchieta, com ampla possibilidade de vencer as eleições no primeiro turno, de acordo com o viés de crescimento sinalizado nas últimas pesquisas e as estimativas de articuladores políticos.
Lideranças afirmam que o nome de Casagrande está consolidado em todo o Estado e citam os municípios de João Neiva, Sooretama, Linhares, Jaguaré, Boa Esperança, Pinheiros, São Mateus, Nova Venécia e Vila Valério.
O cenário atual sofrerá alterações com a entrada em cena, via rádio e TV, do senador Magno Malta e de Bolsonaro. Mas o período de campanha, mais curta este ano, com apenas 35 dias, será insuficiente para provocar mudanças significativas, a ponto de melhorar a colocação do deputado.
A coligação de Manato terá 1 minuto e 11 segundos, menos do que Rose de Freitas (1 minuto e 35 segundos) e de Renato Casagrande, que ficou com o tempo maior: 3 minutos e 55 segundos.