Um dia, em New York, recebi um telefonema do Brasil. Era Jairo Maia dizendo que A Gazeta (Aurelice Aguiar) queria falar comigo. Ao telefone, Aurê disse: “Não vai voltar?”. Eu disse que poderia….mas não queria, e iria pensar.
Ao mesmo tempo, Rose de Freitas liga para Mônica. Ela estava se lançando candidata ao governo do Estado (94) e queria que Mônica viesse ao Brasil ajudá-la na campanha. Juntou o útil ao agradável. Voltamos, sendo que os filhos continuaram estudando por lá, junto com os avós e tias.
Metrópole e as Rádios de Paulo Gava
Chegando fui para a Metrópole FM. A Gazeta havia arrendado de Ferraço (pai) a antiga Cidade. Enquanto isso, com Aurê e Café no comando, se negociava a vinda das rádios de Paulo Gava para o Sistema Gazeta. Essas rádios eram aquelas que couberam a Paulo Gava, da sociedade que ele tinha com Pedro Ceolin. Eram a Antena 1, Litoral e depois a CBN.
Na Métrople fizemos um bom trabalho. Tinha uma equipe de primeira linha, Wolney Rocha, Luizão Silva, Ted Conti, Juninho Megahertz, Patrícia Valim e Simone Devens. Alexandre, meu primo, tinha acabado de sair da programação musical, entrando Fernanda Queiroz.
A rádio já estava “pegando” entre os ouvintes classe AB, quando Ferraço recebe proposta dos adventistas para adquirir a emissora. Então ele oferece à Gazeta, que não compra, não houve acordo. Então ela é vendida para os adventistas. Era para abrigar a Novo Tempo FM. E lá se foi o projeto Metrópole por água abaixo.
Na Gazeta, chegavam as rádios de Paulo Gava. Com elas, alguns funcionários, incorporados à Gazeta, dentre eles, Ricardo Garcia, um dos melhores profissionais que eu vi trabalhando. Era editor, dos bons. Nessa fase outro editor fenomenal passou pela Gazetaé, André Monjardim. Ambos dispõem de meus respeitos profissionais.
CBN e Litoral
Nesta fase cuidamos do primeiro lugar da AM, ajudamos a montar a CBN e também a nova equipe da Litoral. A Antena 1 não dava trabalho, pois era apenas um receptor de satélite na área técnica da Gazeta. O comando era de Paulo Canno, profissional dos mais notáveis.
Um nome que me impressionava pela sua aptidão técnica era Carlos Benfica, o Carlinhos Gambi. Elemento de bom caráter, autodidata, atencioso e competente. Gostava demais de trabalhar com ele.
Aurelice Aguiar Lindemberg
Compartilhamos as atividades de Aurelice Aguiar à frente das rádios, como vimos também seu afastamento da empresa. Foram momentos tensos.
Continuamos na Gazeta até por volta de 2000. Aí entra meu segundo lapso na carreira profissional. Aceitei um convite para voltar à Tropical FM.
Deixei a Gazeta inclusive a contragosto de Jairo Maia. Sabia que a emissora, mesmo sem a minha presença, continuaria em primeiro lugar no Ibope. A estrutura que ajudamos a construir era sólida. Sabia também que se Jairo saisse de lá, a rádio não seria mais a mesma, como não está sendo hoje. Não trataram Jairo Maia com a dignidade profissional que ele merecia. Foi a grande mágoa dele.
Gazeta AM e Jovem Pan (Casos)
Reginaldo Silva
Assim que voltei dos Estados Unidos, tive de “encarar” alguns fatos inusitados e preocupantes na Gazeta. Um delesfoi ter que demitir (a contragosto) Reginaldo Silva. Apesar de uma conversa triste, ele aceitou numa boa.
Mônica – a 'fujona'
A outra foi um dia que Mônica Camilo sumiu. Ela, novinha de idade e de trabalho, era do quadro da “nova” Jovem Pan. Uma noite ligaram para casa e disseram que Mônica não tinha ido trabalhar, que tinha sumido. Lá em casa todos se preocuram e eu também. Depois de muitas buscas, soubemos que ela tinha ido passar a noite na casa de uma amiga recente. Desde daquela época, Mônica ja “causava”.
Heckel Loureiro
Assim que voltei dos Estados Unidos em 1994, nós, da Gazeta, comparecíamos muito na casa de shows PlayMen em Santa Lúcia, Vitória. A gente ia curtir e apoiar Carlinhos Gambi. Comia pipoca e via as apresentações das meninas. A galera ja era conhecida por lá. O gerente mandava fazer pipoca de graça para gente. No Natal daquele ano, resolvemos retribuir a fidalguia da famosa casa. Pegamos o Herckel Loureiro, na época acima do peso, o vestimos de Papai Noel e lá foi ele com um saco nas costas e fazendo o HO HO HO. Foi o maior sucesso! Hoje, regenerado, ele se refere a isso com “episodio bíblico”. Virou até atleta ciclista!
Recusa
Saí da Gazeta duas vezes. Em ambas, Café Lindemberg me solicitou que pensasse bem no que estava fazendo. Na primeira, argumentei que precisava ir com a família para os Estados Unidos, pois havia chance de trabalhar na Voz da América. Ele ponderou que eu estava dando certo ali e que tinha planos para o futuro. Isso foi em 89. Mas fui assim mesmo.
Na segunda vez, achei que estava fazendo um grande negócio indo para a Tropical (segunda vez) e, novamente, Café e Aurê pediram para eu ponderar, já que tinha chegado dos Estados Unidos e a Gazeta estava incorporando as rádios de Paulo Gava. Fui de novo.
Um dia procurei Café (pessoa altamente educada e solícita) e falei que gostaria de voltar e que desta feita iria ficar de vez. Café sorriu, me qualificou, e mesmo assim disse: “a terceira não, Ze”. E não voltei!
Na próxima semana – Capítulo 15 – Tropical – O retorno