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A transição virá com Casagrande?

O ex-governador Renato Casagrande (PSB), que lidera as pesquisas para as eleições no Estado com enorme vantagem,  precisa evitar o segundo turno para não correr o risco de ser nele abatido. 

No entanto, ao que parece, Casagrande não está sabendo administrar o excesso de apoio que lhe chegou. Continua tentando utilizar-se desta força para tentar resgatar companheiros de partido com enormes dificuldades para ganhar a eleição, como é o caso do deputado estadual Eustáquio de Freitas, entre outros.

Acredito ser uma inabilidade, pois ninguém governa só com os seus. Governos são feitos na companhia de outros partidos. Não é possível governar apenas com o seu próprio. 

Veja, por exemplo, o caso do Senado. É tático o candidato ao governo não ter candidato ao senado, pois restringe apoios, mas Casagrande tem o Marcos do Val (PPS), que está aceso e movimentando-se muito, mas mesmo assim, sem capacidade eleitoral. 

Para que o candidato ao governo não “pague mico”, Marcos vai precisar ter um resultado razoável e, para isso, Casagrande vai ter de ser virar para ajudá-lo.  

Falando das eleições para o Senado, Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB) são os favoritos absolutos, embora devam ainda enfrentar um desgaste natural, e quem deve emergir para se apossar deste momento, é o candidato da Rede, Fabiano Contarato, que está  se movimentando bem e tem uma invejável história, toda ela circundada por emoções como delegado de trânsito. Contarato tem Serra como sua base na Grande Vitória e o apoio do prefeito Audifax Barcelos, principal figura da Rede no  Estado.

Lembro-me que Audifax já foi muito além das fronteiras da Serra, pois foi o candidato a deputado federal mais votado do Estado. Está cotadíssimo para ser o candidato à próxima eleição ao governo.

 

Aliás, como já disse em outra ocasião, acho o Audifax um dos políticos mais espertos do Estado. Quando falo de Audifax, é para mostrar que Casagrande no governo não terá como evitá-lo e a outros interessados na sua sucessão, como o prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), que também tem uma base eleitoral extensa, e até mesmo o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). Sobretudo, pelo fato de que não tem como tirar do PSB outro nome para sucedê-lo, o que reforça ainda mais a necessidade de se abrir para um governo de ampla coligação. 

Aliás, esta eleição retorna ao Espírito Santo o processo democrático, como disse em recente entrevista a Século Diário, o professor Roberto Garcia Simões. É evidente que esse retorno ao processo tem a contribuição de Renato Casagrande, quando ele estabeleceu em todo o mandato de Paulo Hartung um confronto com ele, tanto que está aí como o favorito. 

Entretanto, o principal problema do Casagrande hoje está em enforcar-se para evitar o segundo turno, pois se ocorrer, estaremos diante de outra eleição. Novos riscos. 

O atual contexto indica que vai-se a Era PH, que poderia ter levado Casagrande junto, entretanto, ele ficou e com o desafio de  intermediar uma nova Era que está a nascer. Conseguirá?

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