Os ônibus do sistema Transcol estão demorando cada vez mais a passar e também circulando superlotados. A situação penaliza os usuários, que têm de andar em pé nos coletivos, e espremidos pela superlotação. A situação é pior nos horários de pico.
Trata-se de uma política cruel de redução da frota, implementada pelas empresas de transporte coletivo, com aval da Companhia de Transporte de Coletivos de Passageiros do Estado (Ceturb), a empresa responsável pela área. São incontáveis as reclamações, inclusive nas mídias sociais.
Além de serem transportados amontoados, sem nenhum conforto, os passageiros enfrentam os problemas gerados por ruas esburacadas, como as próximas ao Terminal de Jardim América, em Cariacica.
O espaçamento dos horários leva os usuários a perder tempo nos terminais, à espera dos ônibus. Os intervalos são mais acentuados no horário noturno, exatamente quando os trabalhadores e estudantes cumpriram suas jornadas e retornam para suas casas para repousar. A espera para as linhas dos bairros periféricos pode chegar a 40 minutos.
Sindicato lamenta
Além do preço pago pelos usuários diariamente, a conta da redução da frota é paga também pelos trabalhadores rodoviários.
Paulo Palaoro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindiroviários), e o ex-presidente Edson da Fonseca Bastos, apontam que a frota foi reduzida em torno de 20%.
Com menos ônibus circulando, cerca de mil motoristas e cobradores perderam o emprego, o que afeta cerca de cinco mil famílias na conta dos dirigentes sindicais.
“O acordo para redução da frota é uma política cruel da Ceturb e dos empresários do transporte coletivo”, afirma Paulo Palaoro. Acrescenta que o sindicato não foi ouvido, e aponta que a medida, que gera aumento do lucro dos empresários, tem de ser revista.
Segundo o governo do Estado, o Transcol opera atualmente com 1,4 mil veículos na frota, aproximadamente 12 mil viagens e 650 mil passageiros por dia. O Sindirodoviários calcula que o número é 20% menor.