O Hospital Geral de Linhares (HGL), norte do Estado, passará a ser administrado pelo governo estadual. O início do processo de estadualização da gestão da unidade hospitalar foi anunciado na tarde desta terça-feira (11) pelo governador Paulo Hartung. O governador estava acompanhado pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira.
O governo informou que carta ao prefeito com a aceitação do Estado já está sendo feita. Agora, Guerino Zanon (MDB) terá de tomar as medidas próprias a serem feitas, inclusive, enviando um projeto de lei para receber aprovação da Câmara Municipal e estabelecer o calendário de mudança.
Com a medida, o governo do Estado afirma ter o objetivo de regionalizar o atendimento à saúde, desafogando os serviços da Região Metropolitana e reduzindo o deslocamento de pacientes para a Grande Vitória.
“Vamos ampliar a oferta de leitos, passando dos atuais 90 para 152, duplicar o número de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] adulto, passando de cinco para 10 leitos, e otimizar seu parque de diagnóstico para atender demandas externas do município e região, como já se oferta parcialmente hoje. O hospital irá se tornar um dos principais serviços de urgência e emergência da região nas áreas de traumato-ortopedia, clínica médica e cirurgia geral”, prometeu o secretário.
Com isso, o HGL deverá se integrar gradualmente como suporte hospitalar das linhas de cuidado implantadas na unidade da Rede Cuidar em Linhares, que será inaugurada este ano, aumentando a oferta de consultas e exames; reduzindo o tempo de espera para consultas e exames; oferecendo um atendimento personalizado e humanizado; integrando as equipes da atenção primária às equipes da atenção especializada, garantindo assim um atendimento multiprofissional capaz de resolver até 95% dos problemas de saúde da população em sua própria região, anuncia o governo.
Linhares tem aproximadamente 167 mil habitantes. O HGL é apontado como referência para a maioria dos 32 municípios que compõem as Regiões Central e Norte de saúde (mais de 1 milhão de habitantes), nas áreas de urgência e emergência, atenção materno-infantil de risco habitual, cirurgia cardiovascular e trauma/ortopedia, terapia renal substitutiva, oncologia e consultas especializadas. Conta com leitos de terapia intensiva e adulto.
Protestos
Neste ano, o HGL foi alvo de protestos pelos moradores contra a falta de médicos e também de pronunciamentos da deputada estadual Eliana Dadalto (PTC) no Plenário da Assembleia Legislativa, que cobrava um hospital estadual para a cidade.
“Pais e mães desesperados, com os filhos nas mãos, passaram a madrugada na frente do Hospital e não tem médico pra atender as crianças”, relatou em maio deste ano a parlamentar, lembrando que o município, com 170 mil habitantes, conta com três hospitais – um filantrópico, um particular e o municipal – que também atendem à população de municípios vizinhos, como Sooretama.
Os protestos arrefecem num momento em que o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), trabalhava vigorosamente para terceirizar vários serviços públicos essenciais, como saúde, educação, meio ambiente, assistência social, cultura, produção agropecuária, pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico.
Um Projeto de Lei Complementar (PLC) nesse sentido, o de nº 004/2018, foi enviado à Câmara de Vereadores em março deste ano, com objetivo de criar o Programa de Organizações Sociais (OSs), tratando da habilitação de empresas da iniciativa privada sem fins lucrativos para atuar na gestão de serviços públicos municipais. Mas, após reações de movimentos sociais, foi retirado de pauta.