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São Mateus recebe maior exposição do Brasil sobre população trans

Inaugurada nesse sábado (15) no Casarão do Sítio Histórico do Porto de São Mateus, no norte do Estado, “Projetando Identidades” é a maior exposição sobre a população trans do Brasil.

É a terceira vez que essa exposição acontece em terras capixabas, sendo as duas primeiras edições no Museu Capixaba do Negro (Mucane) e na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. A próxima cidade a recebê-la será Colatina.

Organizada pela Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold), a exposição reúne 110 fotografias e dados sobre a violência contra travestis, transexuais e homens trans, e ficará em cartaz até o dia 15 de outubro.

Nesse período, haverá palestras semanais sobre temas importantes para esse segmento da sociedade – o mais invisível, violentado e discriminado. A primeira roda de conversa será com o defensor público estadual Douglas Admiral Louzada, que falará sobre a retificação do nome de registro.

As fotografias não trazem nome, endereço, escolaridade ou profissão/cargo dos participantes, que doaram suas melhores fotos para o projeto.

O objetivo é dar visibilidade às pessoas trans e provocar uma reflexão na sociedade sobre a importância do respeito à identidade de gênero e da inclusão das pessoas trans, além de alertar para os altos índices de violência por meio de dados que estarão no local.

Em 2017, segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), à qual a Gold é filiada, 179 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, sete delas no Espírito Santo.

O número é muito alto, ressalva Deborah Sabará, presidente da Associação Gold. “Nós somos uma população muito pequena”, afirma, ressaltando que as pessoas trans são uma minoria dentro do universo LGBTI+ – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Intersex e Outros.

Ainda segundo dados da Antra e Gold, a violência é tamanha, a ponto de reduzir a estimativa de vida das travestis brasileiras – o Brasil é o país que mais mata travestis – para 35 anos em média, sendo que 99% das mortes tem como causa o assassinato.

E esses assassinatos, ressalta Deborah, “não acontecem como num assalto, em que o criminoso apenas atira contra a vítima. “Eles tentam mutilar a pessoa, existe um ódio daquele corpo, daquela pessoa, o que se quer acima de tudo é destruir aquele corpo”, observa.

Esses e outros dados foram apresentados pela Gold no início do ano, em Brasília, quando da vinda de um representante da pasta de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

E serão publicados em três idiomas – português, inglês e espanhol – reunindo dados sobre a violência contra outros segmentos sociais, como população do campo, indígena, negra, adolescente, jovem e mulheres, em data a ser definida ainda este mês.

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