Os mais de três mil portuários do Espírito Santo aprovaram greve geral da categoria, em consonância com o movimento nacional. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (21) e o objetivo é pressionar o governo federal para que os trabalhadores tenham voz no debate sobre a MP 595/12, que propõe a reestruturação do setor.
Segundo o Sindicato Unificado da Orla Portuária do Estado (Suport-ES), as atividades serão paralisadas nesta sexta-feira (22) e na próxima terça (26), de maneira fracionada. Nesta sexta, o movimento ocorrerá das 7 às 13 horas, e na terça-feira das 13 às 19 horas, em todos os portos do Brasil.
No Estado, a categoria vai paralisar as atividades na Codesa, Terminal de Vila Velha (TVV), Peiú, Companhia Portuária Vila Velha (CPVV), Portocel, Terminal Produtos Siderúrgicos (TPS) e Technip por seis horas em cada um dos dias definidos.
“O governo não ouviu a classe trabalhadora e não respeitou a organização dos sindicatos. A categoria atua de forma propositiva e está preocupada com a questão social. Não queremos que o poder caia na mão de poucos, mas que tenha o suor do trabalhador”, destacou o presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto.
A greve é apoiada pela Federação Nacional dos Portuários (FNP), Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e Federação Nacional dos Avulsos (Fenccovib), que até agora não obtiveram avanço nas negociações em Brasília.
O presidente do Suport-ES, que também está em Brasília, participa nesta quinta-feira (21) de manifestação no Congresso Nacional para defender emendas de interesse dos portuários. Ao todo, os portuários já sugeriram mais de 600 emendas à MP.
Para a entidade, as medidas propostas pela MP desregulamentam direitos já conquistados pelos trabalhadores. A MP é inconstitucional, pois a lei não pode retroagir nos direitos já adquiridos, considerou o advogado do setor jurídico do sindicato, André Moreira.