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Bancários rejeitam proposta da Findes de privatizar o Banestes

Para impedir a privatização do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), sugerida pela Federação das Indústrias do Estado (Findes), o Sindicato dos Bancários no Estado (Sindibancários-ES) assinou termo de compromisso com os seis candidatos ao governo do Estado, que se comprometeram em manter o banco público e estadual, além de contratar mais empregados apenas por meio de concurso público.

O coordenador-geral do Sindicato, Jonas Freire, rechaçou a proposta da Findes e afirmou que a entidade agiu como uma espécie de porta-voz do governador Paulo Hartung, que em 2009 tentou vender o Banestes, dentro dessa “política neoliberal equivocada”.

Jonas Reis destacou que 25% dos municípios capixabas são atendidos exclusivamente pelo Banestes e citou, também, comunidades de periferia que só contam com as agências do banco. “Barra do Riacho, por exemplo, só conta com o Banestes. Se fechar, a população terá que se deslocar até a cidade de Aracruz”.

Nesta quinta-feira (20), a Findes recebeu em sua sede, na Reta da Penha, em Vitória, candidatos ao governo e ao Senado, para a entrega de uma cartilha com 56 propostas de desenvolvimento econômico do Estado, entre elas, a privatização do Banestes.  

A medida retoma iniciativa do primeiro mandato do governador Paulo Hartung, que há nove anos tentou vender o banco, cuja negociação com o Banco do Brasil foi dada como certa. O negócio somente não se concretizou porque o banco se recusou a pagar R$ 1,7 bilhão, oferecendo somente R$ 800 milhões.

Os candidatos André Moreira (Psol), Aridelmo Teixeira (PTB), Carlos Manato (PSL), Jackeline Rocha (PT) e Renato Casagrande (PSB) assinaram o documento, elaborado pelo sindicato, que coordena o Comitê Estadual em Defesa do Banestes. A candidata Rose de Freitas (Podemos) ainda não assinou, mas já se comprometeu em apoiar o movimento.

O termo firma com os candidatos o compromisso de, caso eleitos, elaborem Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garanta ao Estado o controle acionário do Banestes, mantendo o banco como patrimônio público e vinculado ao governo do Estado.

Além disso, a revogação da PEC, no caso de tentativas futuras de privatização, só poderá ser feita mediante aprovação da Assembleia Legislativa e consulta à sociedade por meio de plebiscito popular.

O Banestes é um dos quatro bancos públicos ainda em funcionamento por conta do novo modelo econômico voltado para as privatização de ativos estatais, que resultou na formação de um cartel de bancos no País.

O coordenador-geral do Sindibancários, Jonas Freire, ressalta que o termo de compromisso tem uma importância, principalmente política, já que o banco está presente em todos os municípios. “Os candidatos que assinaram o documento assumem o compromisso não apenas com os bancários, mas com toda a população capixaba de defender o patrimônio público, que anda tão desvalorizado e vem sendo continuamente destruído”.

Jonas Freire destaca que foram a mobilização e a luta  da categoria bancária, com a articulação e apoio da população, que mantiveram o Banestes público e estadual. Nos últimos anos, foram várias as tentativas de privatização do banco – a última em 2009, durante o governo Paulo Hartung.

No documento, há ainda o compromisso com os bancários, a fim de que o futuro governador mantenha canais de negociação de acordos coletivos com os empregados do Banestes e a fortalecer a Fundação Banestes de Seguridade Social (Baneses) e a Caixa de Assistência dos Empregados do Banestes (Banescaixa), com “um diálogo permanente com a representação dos trabalhadores e os funcionários do banco”.

Além disso, a admitir novos empregados somente por meio de concurso público e que não haverá terceirização de qualquer tipo de serviço dentro banco.

Segundo o Sindicato, o Banestes é único banco presente em todo o Espírito Santo e com grande potencial de crescimento. São mais de 800 pontos de atendimento, distribuídos nos 78 municípios capixabas, sendo que 19 deles são atendidos apenas pelo Banestes. É a maior rede bancária estadual, que oferece uma carteira completa de produtos e serviços.

Por tudo isso, defende a categoria, o Banestes tem uma importância estratégica para o desenvolvimento capixaba. É nele que produtores rurais, comerciantes, empresas e a população em geral conseguem crédito e fazem suas movimentações financeiras.

“Precisamos nos manter vigilantes na luta em defesa do Banestes e cobrar do governo que o banco seja instrumento para execução de políticas públicas, que viabilizem o desenvolvimento regional”, diz Freire.

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