Cestas agroecológicas com a cultura quilombola serão entregues semanalmente aos moradores da Grande Vitória e do litoral norte capixaba inscritos como co-agricultores na primeira Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) capixaba.
No cardápio, hortaliças, aipim, batata-doce, colorau, café, coco seco, coco verde, banana prata, banana nanica, feijão de corda, farinha, tapioca, beiju, bolo de aipim, pão de aipim, limão galego, abobora, hortelã pimenta, hortelã miúdo, mel de abelha, cana, farinha de mandioca, farinha de Coco, biju de goma de mandioca e da massa de mandioca, melancia, caju, cacau, manga, acerola, abacaxi, temperos diversos, entre eles o tradicional quilombola “quiôô”, ovos, frangos caipira, café pó, melaço, garapa, quiabo, couve, ingá, cambuca, pitanga, dendê, óleo de coco …
A previsão, informa o co-agricultor Fabrício Costa, é de iniciar a entrega das cestas semanais na segunda semana de outubro, na Grande Vitória, a um valor mensal de R$ 145. Os co-agricultores do norte ainda estão se organizando para se inscreverem e aumentarem a comunidade que sustenta a Agroecologia quilombola capixaba.
As inscrições estão abertas pela internet. Os interessados devem preencher um formulário e efetivar o pagamento de uma taxa de R$ 180 que será destinado diretamente para melhoria da produção no campo, ajudando na estruturação e compra de insumos para os agricultores.
As entregas são feitas em locais e horários pré-determinados em consenso entre os associados. As entregas são livres de sacolas e embalagens, já que cada pessoa é responsável por buscar seu alimento com seu próprio recipiente.
Os alimentos já estão sendo produzidos por duas comunidades do Território Quilombola Tradicional do Sapê do Norte, nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no norte do Estado. O Território, no entanto, tem mais de trinta comunidades reconhecidas pelo governo federal, além de dezenas de Retomadas, que são áreas próximas às comunidades que estão sendo resgatadas pelas famílias expulsas pela monocultura de eucaliptos da Aracruz Celulose (Fibria) e Suzano.
Apreço
Mais do que vender produtos, a CSA se conforma como uma associação de pessoas do campo e da cidade para fortalecer a produção ecológica e saudável. O planejamento e financiamento da produção é feito de forma conjunta, sendo que o resultado da colheita é compartilhado.
Assim, todo investimento vai direto para quem produz os alimentos, fazendo com que os agricultores tenham uma renda fixa e segura a cada mês. Tanto as perdas como os excedentes de produção são compartilhados entre o grupo de associados.
O lema da CSA é passar “do preço ao apreço”, prezando a geração de vínculos diretos entre agricultores e co-agricultores, que podem visitar as propriedades, contribuir com mutirões e conhecer de perto o processo de plantio e colheita do alimento que terá em casa. Os alimentos recebidos variam de acordo com a produção local e a sazonalidade, valorizando os produtos da época e do clima local. A maior satisfação, exalta Fabrício, é “cuidar das pessoas e da natureza!”.