Os deputados estaduais Iriny Lopes (PT) e Sergio Majeski (PSB) devem encabeçar a pauta ambiental na nova Assembleia Legislativa, na avaliação de movimentos socioambientais e ONGs ambientais capixabas.
Majeski foi eleito como o mais votado (47 mil) e Iriny retorna à Casa, graças aos 18 mil votos conquistados. Ambos já possuem tradição na defesa socioambiental e, durante essas últimas eleições, mantiveram diálogos próximos com as entidades.
O campeão de votos em 2018, coerente com sua trajetória ambiental nos últimos quatro anos, foi o único deputado estadual eleito a assinar o Termo de Compromisso elaborado pela Juntos SOS ES Ambiental, comprometendo-se a implementar uma política efetiva de controle da poluição do ar na região metropolitana da Grande Vitória.
A atenção da ONG, no entanto, vai além de Majeski, abrangendo também os parlamentares reeleitos que lideraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto, em 2015: o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rafael Favatto (PEN), o atual presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB), Bruno Lamas (PSB) e Dary Pagung (PRP).
“Que eles possam trabalhar de fato na cobrança das recomendações feitas no Relatório Final da CPI”, diz Eraylton Moreschi Junior, presidente da Juntos SOS.
Já no norte e noroeste do Estado, a pauta camponesa encontra em Iriny a principal sustentação. “A nossa base mais organizada estava dialogando com a Iriny durante as eleições. Então foi uma vitória importante pra gente”, conta Ana Cristina Soprani, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Entre as principais reivindicações do MPA, estão a Educação do Campo e a reabertura das escolas do campo, a reorganização das dividas dos trabalhadores e a redução do uso dos agrotóxicos. Nesse aspecto, a eleição de Renato Casagrande (PSB) ao governo também abre boas expectativas.
Cristina lembra que foi na gestão do socialista que foi criada a Gerência de Educação do Campo dentro da Secretaria de Estado de Educação (Gecam/Sedu). “A gente acredita que ele deve ser muito menos agressivo do que Paulo Hartung, principalmente em relação às escolas”, comenta a líder camponesa.
O presidente da Juntos SOS também destaca as possibilidades que se abrem com a eleição do ex-governador. “Esperamos que a cabeça do nosso governador mude. Ele, que tem acompanhado nesses quatro anos os impactos relatados pelas instituições de pesquisa e de saúde, em cenário estadual, nacional e mundial, sobre os malefícios da poluição pra saúde da população”, prospecta Eraylton, “que coloque o Decreto 3463-R pra funcionar e também o PQAr [Programa Estadual de Gestão da Qualidade do Ar]”, pede, citando normativa legal aprovada em seu último mandato, mas que ficou estagnada nos últimos quatro anos dentro da Secretaria e do Instituto Estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama e Iema).