Convênios, reajustes de servidores, abono natalino e outros eventos geradores de despesas são a marca do período final do governo Paulo Hartung (MDB), em um ritmo muito acima do registrado na maior parte da administração. O governador faz a festa, mas, de outro lado, deixa conta para seu sucessor, Renato Casagrande (PSB).
O grande número de contratos firmados pelo governo do Estado com municípios e outras despesas que irão repercutir na gestão pública estadual a partir de 2019 são motivos de preocupação da equipe de transição do governador eleito, que nesta segunda-feira (22) se reúne com a equipe técnica da atual gestão para discutir o assunto.
O encontro, o segundo depois do término das eleições, será em uma das salas do Banco do Estado do Espirito Santo (Banestes), Centro de Vitória, às 14 horas.
“A preocupação maior é com a forma de repasse dos recursos contratados com os municípios”, diz o coordenador da equipe de transição de Renato Casagrande, Álvaro Duboc, citando ainda a suplementação orçamentária como os assuntos que merecerão maior destaque na pauta.
“Ainda não sabemos se a transferência de recursos aos municípios será feita em parcela única”, explica Duboc, acrescentando que os números serão colocados em discussão no encontro de segunda-feira.
As novas despesas do governo Paulo Hartung beneficiam vários municípios, entre eles Marataízes, sul do Estado, contemplado com R$ 13,4 milhões a serem aplicados em obras de mobilidade urbana. O convênio foi assinado nesta sexta-feira (19).
Outro convênio, no valor de R$ 13 milhões, foi assinado na quinta-feira (18), para obras de mobilidade urbana na Serra. Viana também receberá recursos para aplicar em obras públicas, no montante de R$ 11 milhões, através da Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb).
Além de convênios, o governo atual já anunciou aumento salarial para os 90 mil servidores do Estado, da ordem de R$ 4,5%, e abono natalino de R$ 1 mil, despesas que irão repercutir nos cofres públicos em 2019. O reajuste foi negado aos servidores durante todo terceiro mandato de Hartung, que esperou o “apagar das luzes” para abrir o cofre.