Nem bem a gestão do governador recentemente eleito, Renato Casagrande (PSB), teve início e já está envolvida em polêmicas. Quatro procuradores estão inscritos para a disputa do cargo de procurador-geral do Estado, de extrema confiança do chefe do Executivo, numa eleição que não deverá ter qualquer legitimidade. As eleições estão marcadas para ocorrer entre os próximos dias 29 e 31 de outubro.
Casagrande anunciou que não reconhecerá, porém, a lista tríplice indicada pela categoria. Mesmo assim, desafiando essa posição, inscreveram-se os procuradores de Estado José Fernando Vescovi, Santuzza Costa Pereira, Luiz Colnago Neto e Arlette Uliana.
De acordo com fontes ligadas à Procuradoria, às vésperas da eleição para o governo, a Associação dos Procuradores do Estado (APE) convocou uma assembleia-geral para decidir se a categoria lançaria a lista para indicação de procurador-geral ao governador eleito. A assembleia foi realizada no dia 16 de outubro deste ano, com participação pouco expressiva para a importância do evento. Ficou aprovado, na ocasião, que as inscrições seriam feitas nessa segunda-feira (22), com sabatina realiza nesta terça-feira (23).
A decisão, no entanto, foi mal vista pelo governador eleito, que chegou a se pronunciar por jornais locais que a lista tríplice seria ignorada por não haver amparo legal. Isso porque cabe ao governador escolher o procurador de sua confiança para ocupar o cargo de procurador-geral do Estado.
Fontes ligadas ao novo governo confirmaram, ainda, que quem participasse da lista seria descartado como possível procurador-geral, uma vez que não houve qualquer entendimento entre a Associação dos Procuradores e o governador eleito ou sua equipe de transição para encaminhamento do assunto.
Por este motivo, a candidatura à lista tríplice da PGE tem sido vista como uma forma de prestigiar a Associação de Procuradores e, ao mesmo tempo, testar a representatividade dos candidatos junto à categoria. Ou, no jargão eleitoral, são “anti-candidaturas”, na medida em que participar da lista é uma forma de desafiar o governador eleito.