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Ato público em defesa da saúde de Cariacica é remarcado para o dia 27

O ato público em defesa da saúde de Cariacica foi remarcado para as 17 horas do próximo dia 27 deste mês. O evento, que seria realizado no último dia, 9 foi cancelado em função das fortes chuvas que atingiram o Estado. Entidades da sociedade civil pretendem com o ato lançar uma campanha em prol da melhoria e da manutenção dos serviços públicos em saúde do município. 

De acordo com um dos organizadores, o vereador Professor Elinho (PV), a intenção é mobilizar a população na luta por melhorias nas políticas públicas do setor de saúde de Cariacica. A manifestação será realizada em frente à Prefeitura, localizada às margens da BR-101, no bairro de Alto Lage.

Nesse processo de mobilização, a sociedade civil de Cariacica também luta contra o processo de terceirização do Pronto Atendimento do Trevo de Alto Laje. Além de denunciar unidades de saúde sucateadas e sem profissionais suficientes para atender a demanda, equipes da Estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF) foram descredenciadas pelo Ministério da Saúde por falhas da gestão municipal, o que piora ainda mais o atendimento. 

Outro agravante: a Unidade de Pronto Atendimento (PA) de Flexal, construída há anos, segue de portas fechadas. “A população da cidade sente dificuldades para realização de exames simples e precisa madrugar nas filas para marcar uma consulta. Por fim, em vários fins de semanas, unidades de Pronto Atendimento estão sem médicos plantonistas, entre outros sérios problemas”, denuncia o vereador, que completa: “O prefeito Geraldo Luzia Júnior [Juninho (PPS)] tenta ainda, sem consultar a população, entregar o PA do Trevo de Alto Laje para uma organização privada que receberá R$ 30 milhões por ano, sem qualquer garantia de melhora no atendimento. Pelo contrário, estudos revelam que este modelo de gestão piora a prestação de serviços, é mais vulnerável à corrupção e ainda dificulta a fiscalização pelo Conselho de Saúde”, disse.

Por enquanto, Juninho tem conseguido êxito. Apesar de decisões do Tribunal de Contas e investigações do Ministério Público, a privatização do PA do Trevo, já cancelada duas vezes, tem seguido com abertura dos envelopes e escolha da Organização Social (OS) que vai assumir a gestão da unidade. 

Estado interrompe processo

O modelo de terceirização, que entrega a gestão das unidades públicas de saúde à iniciativa privada, tem sido questionada há anos pelos movimentos sociais, sobretudo os que militam por saúde pública de qualidade, sem a invasão do empresariado, que tem tomado conta internamente do Sistema Único de Saúde, o SUS. 

Diante da pressão de entidades da sociedade civil, o governo do Estado, na figura da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), suspendeu a abertura dos envelopes de processos licitatórios que escolheriam duas Organizações Sociais (OSs) para assumir a gestão dos hospitais Silvio Avidos, em Colatina (noroeste do Estado), e Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha (região metropolitana). 

Uma série de denúncias feitas inclusive ao Ministério Público Estadual dá conta de que os hospitais terceirizados contam com uma série de problemas, entre eles, queda na qualidade do atendimento, uma vez que as Organizações Sociais contratam profissionais de saúde recém-formados, sem experiência, por baixos salários. 

No Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba), privatizado em outubro de 2017, por exemplo, a retirada de profissionais experientes da UTI Neonatal é apontada com a causadora de erros e mortes de prematuros. Mais recentemente, a OS que gerencia o hospital, o Instituto Gestão e Humanização (IGH), foi acusada de não quitar dívidas com fornecedores, o que tem causado até o racionamento de comida para pacientes e trabalhadores. 

O Governo Paulo Hartung estava decidido a entregar a gestão de seis hospitais estaduais à iniciativa privada, na figura das Organizações Sociais (OSs), até o fim do seu mandato, processo que foi interrompido. Além do Silvio Avidos e Bezerra de Farias, estavam na mira da privatização o Hospital Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco; Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus; Dório Silva, na Serra; e Infantil, de Vitória. 

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