A candidata à presidência da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), Elisângela Melo, decidiu divulgar suas contas parciais de campanha com receitas e despesas consolidadas até o último dia 24. Até então, a Chapa 3 arrecadou R$ 27, 5 mil e gastou R$ 15, 8 mil, comprometendo-se a apresentar, após as eleições, marcadas para esta quarta-feira (28), a prestação completa.
A candidata desafiou seus adversários – da Chapa 1, Ricardo Brum; e da Chapa 2, José Carlos Rizk – a fazerem o mesmo, apesar da não obrigatoriedade, uma vez que a Comissão Eleitoral Nacional do Conselho Federal da OAB adiou para a eleição de 2021 a regulamentação da prestação de contas. A medida passará a definir o teto de gastos e a identificar os doadores de campanha. O Conselho Federal, para estas eleições, apenas “recomenda” a publicidade das contas das chapas, com o encaminhamento às comissões eleitorais seccionais das receitas e despesas das respectivas campanhas após o pleito.
Na última campanha, em 2015, dados divulgados pela imprensa chamaram atenção para os gastos abusivos de campanha à Presidência da OAB. Mesmo com números não oficiais, os jornais chegaram a fazer levantamento e a construir um ranking dos gastos de campanha. Na ocasião, o então candidato José Carlos Rizk Filho liderava os gastos, com R$ 140 mil, seguido de perto por Homero Mafra, com R$ 120 mil, e Santuzza Costa Pereira, com R$ 95 mil.
“Não precisamos esperar a regulamentação do Conselho Federal, em 2021, para cumprir aquilo que consideramos ser um compromisso ético da Chapa 3. Já havia sugerido aos meus adversários que divulgassem suas contas de campanha após a eleição [só o candidato da Chapa 1 aceitou publicamente o desafio]. Agora lanço o desafio para que eles também abram parcialmente suas contas antes da eleição desta quarta-feira”.
De acordo com a candidata, mesmo sem ter acesso às contas das chapas 1 e 2, uma navegação rápida pelas redes sociais dos dois candidatos aponta que ambas as candidaturas estão despejando fartas quantias nas campanhas. “Basta olhar a quantidade de eventos promovidos pelos dois candidatos. São cafés da manhã, churrascadas, almoços e grandes festas em cerimoniais. A estratégia de ambos segue a mesma fórmula: conquistar os potenciais eleitores com comes e bebes e em seguida pedir os cobiçados votos”.
Falta em debates
Também tem gerado comentários a ausência de candidatos a debates, como o promovido na última sexta-feira (23) na Câmara de Vereadores da Serra, por iniciativa da CAIC daquele município. O candidato da Chapa 2, José Carlos Rizk, chega à reta final da campanha eleitoral da Seccional capixaba da OAB com o seguinte balanço: dos cinco eventos propostos aos três postulantes à Presidência da Ordem pela sociedade civil e imprensa (entre reuniões, debates e sabatinas), o candidato da Chapa 2 não compareceu a três. Os debates e sabatinas são oportunidades únicas para a advocacia e a sociedade compreenderem as propostas das chapas e o perfil dos candidatos.