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Greve de ônibus é mantida para esta segunda-feira

A partir da zero hora e um minuto desta segunda-feira (3), apenas 30% do total da frota de ônibus vão circular na Grande Vitória. Terá início a greve dos rodoviários, que não aceitaram uma contraposta de reajuste de 3% oferecida pelos empresários do transporte coletivo. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia neste domingo (2), realizada a partir das 10h na Praça Oito, Centro de Vitória.

Empresas de ônibus fizeram uma contraproposta aos rodoviários nessa sexta-feira (30), com o intuito de que a categoria não entrasse em greve. Foi apresentado o percentual de 3% de reajuste salarial, não-linear, ou seja, incidente apenas sobre o salário, a partir de janeiro de 2019. A contraproposta não foi aprovada, assim como a proposta inicial de 2%, que já havia sido rejeitada pela categoria em assembleia geral que deflagrou o movimento, no último dia 27. 

A contraproposta foi apresentada na sexta, em audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro de Vitória. 

“Entendo o esforço do MPT [Ministério Público do Trabalho] e da Justiça do Trabalho, mas não podemos garantir que vamos acabar com a greve, temos que submeter essa proposta aos trabalhadores”, já havia avisado o diretor social do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado (Sindirodoviários), Cleomar Franscisco Monteiro. De qualquer forma, as partes acordaram uma reunião para outra tentativa de acordo na sede da GV-Bus, na segunda-feira (3).

Apesar de terem aumentando o percentual de reajuste não-linear de 2% para 3%, os empresários do transporte coletivo, representados pelas instituições GV-Bus e Setpes, ingressaram na Justiça pedindo que os rodoviários mantenham 100% da frota circulando na segunda. Ou, então, 90% nos horários de pico e 70% nos demais períodos. O pedido, até então, ainda não foi julgado pelo TRT-ES. 

O Sindirodoviários-ES, conforme determina a legislação, publicou um edital com 72 horas de antecedência noticiando a greve. No documento, a categoria garante que manterá 30% da frota circulando, uma vez que o transporte coletivo constitui-se um serviço essencial.    

No entanto, uma decisão do desembargador José Luiz Serafini, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), também deste domingo, deferiu parcialmente o pedido de liminar do GV-Bus e do Setpes e determinou a manutenção de 70% da frota em circulação nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) e 50% nos demais horários. O descumprimento, ainda que parcial, acarretará multa diária de R$ 200 mil.

Reivindicações

De acordo com o advogado do Sindirodoviários-ES, Elton Borges Furtado, a categoria reivindica 4% de reajuste para repor as perdas inflacionárias do período que compreende os últimos 12 meses. Além disso, que esse percentual seja linear, ou seja, que incida também sobre o plano de saúde, o auxílio-alimentação e o seguro de vida, retroativo a 1º de novembro, que é a data-base da categoria. Motoristas e cobradores pleiteiam também ganho real, que significa algo além das perdas inflacionárias.  

Além disso, outros pautas de reivindicação não foram sequer apreciadas, como a redução das jornadas de trabalho. “Os patrões não oferecem nem ganho real para a categoria. Por isso, a maioria dos trabalhadores aprovou a greve”, explicou.

Passagens

No final do ano passado, os motoristas e cobradores também cruzaram os braços por 15 dias, em movimento iniciado logo após o Natal. Eles lutavam por reajuste de 5% nos salários, reajuste do vale-refeição e a gratuidade do plano de saúde. As empresas não concordam com o reajuste e oferecem 1,83%. A negociação foi intermediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), chegando ao índice de 3%.

Poucos dias depois de encerrada a greve, porém, os empresários do transporte coletivo conseguiram um aumento de 6,25% no preço das passagens dos ônibus do Transcol. Conseguiram repassar para o bolso dos usuários o dobro do que os motoristas e cobradores tiveram de aumento salarial. O reajuste das passagens do Transcol também foi maior do que a inflação oficial de 2017, de 2,95%. 

O preço atual da passagem do Transcol é de R$ 3,40.  Por pouco os empresários do transporte coletivo, donos de 12  empresas, não cravaram, na ocasião, sua reivindicação de aumento da passagem em 15,97%, o que daria R$ 0,51 a mais na tarifa, a titulo de reequilibrar suas contas. Em 2016, os empresários conseguiram um reajuste de 16%, quando a passagem passou de R$ 2,75 para R$ 3,20.

No início de 2019, um novo reajuste volta a ser debatido, embora os serviços permaneçam alvos de permanentes críticas dos usuários do sistema na Grande Vitória.

 

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