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Espetáculo de dança reflete sobre o corpo cego num mundo visual

O que um corpo cego enfrenta num mundo eminentemente visual? Como esse corpo se relaciona com outros corpos que que enxergam? Essa são algumas questões presentes no espetáculo de dança E a cor a gente imagina, composto pelos bailarinos Victor Alves (Laia Cia. de Danças Urbanas), que também assina a direção da obra, e Oscar Capucho (Nós Cegos), responsável pelos textos e dramaturgia. Apresentado em cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, o projeto termina seu período de circulação pelo Rumos Itaú Cultural com a apresentação nesta quinta-feira (13), às 19h30, no Sesc Glória, Centro de Vitória.

Victor é dançarino especializado em danças urbanas e Oscar ator com experiência em dança contemporânea. Victor é vidente, Oscar é cego desde os nove anos de idade. Victor é negro, Oscar é branco. Estas características e as questões suscitadas por elas irão aparecer no palco.

Foto: Fernanda Abdo

O encontro dos dois aconteceu em 2013, quando participaM de uma exposição da artista Fernanda Abdo em Minas Gerais, terra de ambos. Criaram juntos uma performance sobre vários sentidos, audição, tato, olfato, visão e paladar. E a cor a gente imagina surge como extensão e aprofundamento deste trabalho inicial, enfocando na questão da visão.

“Pensamos na criação da imagem, na imaginação deste corpo cego nesse nosso mundo predominantemente visual. Dentro do espetáculo há várias reflexões. Quis buscar um deslocamento espacial maior, o que é um desafio para o corpo cego, como é o deslocar na área urbana pensando nas deficiências de mobilidade urbana e acessibilidade. A gente levou isso pro corpo e pra dança também”, explica Victor.

A obra tenta de alguma maneira responder às perguntas a que os cegos costumam ser submetidos, as curiosidades que quem não é cego costuma tentar saber, como sobre deslocamento e orientação. “A gente vem responder isso em movimento e crônica poética”, diz o diretor.

Em toda sua turnê, o espetáculo possui intérprete em libras para a comunidade surda e audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão. Mas Victor Alves ressalta que não é uma obra específica apenas para este público, sendo destinada a qualquer público consumidor de arte ou não.

Além da apresentação no Sesc Glória, os artistas, que também possuem outros projetos próprios em paralelo, trazem à Vitória duas oficinas gratuitas: House Dance com Victor Alves e Sensibilização Corporal com Oscar Capucho, ambas realizadas no dia 12 de dezembro no Sesc Glória.

AGENDA CULTURAL

Espetáculo  “E a cor a gente imagina”

Quando: Quinta-feira, (13/12), às 19h30

Onde: Sala Virgínia Tamanini – Centro Cultural SESC Glória: Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória

Ingressos: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia) / R$ 6 (comerciantes e conveniados)

Classificação: Livre

*Apresentação com audiodescrição e interpretação em libras.

Oficinas:

– House Dance, com Victor Alves – 12 de dezembro, às 19h

– Sensibilização Corporal, com Oscar Capucho – 12 de dezembro, às 16h30

Sala de Dança – Centro Cultural SESC Glória: Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória

Gratuito.

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