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Painel e celebração lembram 29 anos do martírio do Padre Gabriel

Os 29 anos do Martírio do padre francês Gabriel Félix Roger Maire serão lembrados no próximo domingo (23), a partir das 18h30, em uma cerimônia de cunho celebrativo, no exato local onde seu corpo foi encontrado, no dia 23 de dezembro de 1989, na Rodovia Carlos Lindemberg, nos limites entre Vila Velha e Cariacica.

Desde então, o Grupo Ecos de Gaby e o Grupo do Dia 23, em parceria com diversas comunidades da Grande Vitória e do interior do Estado organizam a celebração para “manter viva a memória dos mártires, que doaram a própria vida em favor da vida”, acentua a professora Joana Penha de Souza, integrante dos dois Grupos.

A partir do 20º aniversário, os manifestantes se reúnem no local do crime e caminham até alguma entidade ou espaço comunitário nas proximidades. Este ano, toda a celebração acontecerá no local, onde um painel foi pintado pelo artista Luiz Quintanilha, em homenagem ao Padre Gabriel e outros três mártires no Espírito Santo – o juiz Alexandre Martins, o ambientalista Paulo Cesar Vinha e a missionária agostiniana Irmã Cleuza, além da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro este ano.

“O nosso interesse é provocar a reflexão sobre a importância dessas pessoas, desses mártires, que realizarem, em sua própria vida, a comunhão dos projetos de Jesus”, explica Joana. “A mesma motivação que levou a matar Jesus é a mesma que motiva pessoas a assassinarem esses mártires de hoje”, compara. “Um cristão que não respeita, não valoriza, não reconhece essas pessoas como mártires da caminhada, não podem nem ser considerados cristãos”, pondera.

A celebração terá início às 18h30 e contará com canções, poemas e falas sobre os “Mártires da Caminhada”, que é como os Grupos Ecos de Gaby e Dia 23 chamam as pessoas que se dedicam a defender os direitos dos mais pobres a uma vida digna.

Um grito de luta que se mantém presente em todas as celebrações nesses 29 anos é uma frase celebrizada por Padre Gabriel: “Prefiro morrer pela vida a viver pela morte” e que é título de um livro sobre sua vida, publicado pelo Grupo Ecos de Gaby. O nome do Grupo é, por sua vez, homônimo de um livro também publicado por ele, em que estão traduzidas, do francês para o português, cartas escritas pelo missionário para a França, contando suas impressões sobre a realidade socioeconômica de Cariacica, do Espírito Santo e da América Latina.

Depois de seu assassinato, uma comunidade em Cariacica recebeu seu nome, homenageando sua luta. O crime de assassinato do religioso prescreveu em 2017.

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