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A questão da mobilidade

Um dos fatores mais importantes nas discussões sobre a qualidade de vida nos grandes centros urbanos está relacionado à mobilidade urbana, da qual depende o desenvolvimento adequado de uma série de atividades humanas. Essa questão vem à toma novamente neste início de ano, para não fugir à regra, em decorrência do aumento do preço das passagens de ônibus na Grande Vitória. 

Com um serviço de baixa qualidade, o Sistema de Transporte Coletivo da Grande Vitória (Transcol), desde o final de 2019 interligado com linhas municipais, enfrenta um volume excessivo de reclamações, que vão desde mal estado de conservação dos terminais e também dos veículos aos ônibus trafegando com superlotação. Desde o último dia 6, mais um motivo de insatisfação foi acrescentado à extensa lista: o aumento no preço das passagens, que mexe direto no bolso do usuário e representa cerca de 18% do salário mínimo.

Os novos valores foram fixados pelo Conselho Tarifário (Cotar), que se reúne apenas no início e no final de cada ano para definir os reajustes. Uma situação que levou o Diretório de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) a sugerir que sejam realizadas mais reuniões no ano para discutir com profundidade o projeto sócio-político de mobilidade urbana da Grande Vitória. Nada mais apropriado para avançar no debate em torno da questão, que deve ser ampliado a fim de alcançar toda a sociedade. 

Isso é necessário para que a questão da mobilidade urbana envolva outras áreas diretamente ligadas ao cotidiano das pessoas que não sejam apenas o  preço das passagens. Um ponto que precisa ser esclarecido, de imediato, por exemplo, é o subsídio do governo às empresas do Transcol, que saltou de R$ de 90 milhões para R$ 147 milhões.  

A inserção de outros modais, também, como o aquaviário, é outro ponto importante. Depois de anos esquecido, somente no ano passado, passou a receber a atenção devida por parte do poder público, levando em conta projetos bem sucedidos em todo o mundo. 

Em outubro de 2019, a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) publicou a homologação do resultado da licitação que marca o início da implantação do aquaviário em Vitória, desativado na década de 90, estabelecendo um prazo de 150 dias para o sistema entrar em funcionamento, ligando, inicialmente, Vitória, Vila Velha e Cariacica.

Preço das passagens, conservação dos terminais de ônibus, subsídios às empesas do sistema, abertura e manutenção de vias de locomoção, utilização de outros modais. Esses são apenas alguns itens de uma estrutura essencial à qualidade de vida da população, característica suficiente o bastante para estabelecer um debate permanente e de forma mais transparente em torno do assunto. 

 

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