Depois da realização de plenárias e reuniões, diversas entidades decidiram convocar um ato contra o aumento da tarifa dos ônibus Transcol, que atendem à Grande Vitória. A atividade está marcada para a próxima segunda-feira (13), às 8h30, em frente a Câmara de Vereadores de Vitória, onde será votado o PL 04/2020, que poderia suspender o aumento nos ônibus em Vitória, vinculado ao ajuste do Transcol.
Convocam para o ato a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE-Ufes), Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) e Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes). O aumento no preço da passagem dos ônibus metropolitanos foi anunciada no dia 3 de janeiro após reunião do Conselho Tarifário. Desde o dia 5 passou a valer a tarifa de R$ 3,90 por viagem ao invés dos R$ 3,75 anteriores, um aumento de 4%.
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Além deste aumento no valor pago pelos usuários, que impacta diretamente no bolso dos cidadãos que necessitam do transporte público, uma pesquisa do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos) indica que em 2019 os subsídios autorizados pelo governo de Renato Casagrande (PSB) em seu primeiro ano de mandato às empresas de transporte chegou a R$ 147 milhões, o que equivale a 62% a mais do que os R$ 90 milhões do ano anterior, no governo de Paulo Hartung.
O vereador Cleber Felix (PP), presidente da Câmara Municipal de Vitória, é o proponente do projeto de lei 04/2020, que condiciona os reajustes tarifários à comprovação do aumento da qualidade da prestação de serviços no sistema de transporte público, que seria fiscalizado pelo Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (Comuttran). O presidente da Casa convocou reunião extraordinária na segunda-feira para debater o projeto, já que a Câmara está em recesso parlamentar.
O vereador considerou que o transporte público é um assunto de interesse da população e que deve haver consulta sobre mudanças no sistema, o que não aconteceu no município nem com audiências públicas nem no âmbito legislativo, já que a tarifa dos ônibus da capital foram equiparadas ao sistema Transcol para atender ao cartão unificado que está vigente.
Outro legislador municipal, o vereador Roberto Martins, recebeu na última quinta-feira movimentos sociais e estudantis para discutir o tema e pensar possibilidades para rever ou impedir o aumento. “A nova tarifa agora consome cerca de 15% do salário mínimo do trabalhador, tendo em vista o novo valor de R$1.039,00. É urgente repensarmos essas medidas que nem sempre estão compatíveis com a realidade dos cidadãos e, em especial, daqueles que estão em busca de oportunidades de trabalho. Eu sou contra o aumento da tarifa e farei o que estiver ao meu alcance para enfrentar essa medida”, afirmou.