O governador Renato Casagrande ainda não respondeu ao pedido de reunião feito pelos moradores, comerciantes e bancários para tratar do encerramento das atividades da agência do Banestes na rua Graciano Neves, no Centro de Vitória. Casagrande está ignorando a vontade popular expressa no abaixo-assinado com um total de 4 mil assinaturas coletadas pelo Sindicato dos Bancários/ES, Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro), Associação de Moradores do Parque Moscoso, Associação Instituto Comercial de Vitória, além de comerciantes e moradores voluntários.
O fechamento da agência contraria o projeto de revitalização do Centro de Vitória, projeto do próprio Governo do Estado.
Segundo o coordenador geral do Sindicato, Jonas Freire, foi feito um amplo movimento contra o fechamento da agência Graciano Neves, mas a secretária de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro, nunca se posicionou. “Inclusive tentamos contato com a secretária, que está à frente do projeto de revitalização do Centro, mas ela não se manifestou até hoje em defesa da agência Graciano Neves. Que preocupação tem com o papel social do banco público?”, questiona Jonas.
Em caso de fechamento da agência, os prejuízos serão para todos os segmentos. Os moradores da região, especialmente os idosos, que têm mais dificuldade de mobilidade, terão que usar os serviços do Banestes agência Central (Praça 8). Além da distância, há risco no trânsito e também na segurança, pois, ao contrário da Rua Graciano Neves, a Praça 8 é mais deserta, especialmente nos finais de semana.
Para os comerciantes, fechar a agência significa menor fluxo de pessoas circulando na região, além de dificultar as operações financeiras do próprio comércio e dos clientes. Para os bancários, são menos postos de trabalho, o que pode significar desemprego. Para o Centro de Vitória, é mais um importante serviço que deixa de ser realizado na região. Para o Banestes, é o esvaziamento do banco público e estadual.
Para representantes do Sindicato dos Bancários, o fechamento da agência faz parte da política do Governo do Estado de adotar um modelo de mercado para o Banestes, esvaziando seu papel social de banco público e estadual. Além dessa medida, está em curso no banco uma licitação para terceirização de um setor estratégico do banco: os serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação. Empresas que participaram do certame ingressaram com recurso contestando o resultado.
Desde o dia 4 de dezembro, quando recebeu a informação extraoficial do encerramento das atividades da Graciano Neves, o Sindicato dos Bancários tenta reverter a medida. Foram diversos atos públicos, audiência na Câmara Municipal de Vitória, audiência com o secretário-chefe da Casa Civil, Davi Diniz de Carvalho, tudo feito em conjunto com comerciantes e moradores do Centro.
Agência histórica
A agência Graciano Neves existe há mais de quarenta anos. Inicialmente concentrava o pagamento dos servidores públicos estaduais. Hoje tem cerca de seis mil correntistas, a maioria moradores e comerciantes do entorno.
A agência está num imóvel que fica entre duas das principais ruas do Centro de Vitória: a Graciano Neves, que dá o nome à unidade, e a 7 de Setembro, que parcialmente não tem trânsito de carros, apenas um calçadão com lojas e residências. O fluxo de pessoas na região, portanto, é intenso.