O jornalista Nilton Cézar, editor do jornal JBN, de Afonso Cláudio, foi agredido pelo prefeito do município, Edélio Guedes (MDB), na manhã desta quinta-feira (16). O prefeito se negou a responder a perguntas sobre a interrupção de sua licença de 15 dias, antes da data marcada, o que surpreendeu o vice-prefeito, Joadir Dattman. O jornalista registou um Boletim de Ocorrência e comunicou o fato ao sindicato da categoria.
Segundo o vice-prefeito, o retorno do prefeito está relacionada a suspeitas de irregularidades na prefeitura, que o levaram a exonerar servidores do grupo de Edélio Guedes. “Recebi determinação do Ministério Público de Contas relativas a uma prestação de contas do prefeito, que deveria ressarcir ao município R$ 467,9 mil, cujo processo está desaparecido”, contou o vice-prefeito.
Por esse motivo, o prefeito antecipou o retorno, enviando uma comunicação à Câmara de Vereadores e reassumindo o cargo quando o vice se encontrava em Vitória. Essa foi a pauta que o jornalista Nílton Cézar estava cumprindo na Prefeitura, quando foi agredido.
“Vou processá-lo com fundamento na liberdade de imprensa e também irei procurar o Sindicato dos Jornalistas para me orientar melhor”, disse o jornalista Nilton Cézar, que se mostrava inconformado com a atitude do prefeito. O prefeito foi procurado por Século Diário, via telefone, sem sucesso no contato.
Já o Sindicato dos Jornalistas informou, por sua diretora Vivian Fernandes, que primeiro tomará conhecimento da ocorrência para ver que medidas poderão ser adotadas, mas de imediato condenou qualquer tipo de violência a jornalistas.
A cobrança da dívida do prefeito, que deveria ser inscrita na Dívida Ativa do município, de acordo com orientação do Ministério Público de Contas, foi comunicada à Câmara de Vereadores, segundo o vice prefeito Joadir Dottman, causando descontentamento entre servidores ligados ao prefeito, entre eles a ex-procuradora-geral do município, Roberta Vieira.
No expediente encaminhado à Câmara, o vice-prefeito ressalta a existência de “notificação do Ministério Público de Contas, em 13 de janeiro de 2020, determinei à procuradora-geral nomeada através do decreto 012/2020, que efetivasse a cobrança que vem sendo protelada pela ex-procuradora-geral do município, Roberta Vieira, a qual agia estrita e unicamente em defesa dos interesses do prefeito Edélio e não em favor do município”.