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Declaração de ex-secretário que expõe perfil nazista do governo gera repúdio

“Bolsonaro não demitiu Roberto Alvim por discordar das ideias dele. Dizia, inclusive, que era ele era o secretário de cultura de 'verdade'. Não basta demitir Goebbels, Hitler precisa cair”.

Com esse texto em rede social, o deputado federal Helder Salomão (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, condenou o discurso do ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, exonerado nesta sexta-feira (17), um dia depois de divulgar um discurso inspirado no ministro da propaganda nazista de Adolf Hitler, Joseph Goebbles.

No mesmo tom, a também deputada federal Lauriete Rodrigues (PR), aliada de Jair Bolsonaro, condenou o discurso e lembrou que na “Alemanha, com certeza, Roberto Alvim seria preso e condenado por apologia ao nazismo”. Segundo a parlamentar, a exoneração foi uma resposta ao povo judeu, cristão e que luta contra as maldades de uma triste história.

“É bom lembrar sempre que no Brasil temos ideologias diferentes, mas que devemos respeitar todos como irmãos. No caso especifico, Roberto Alvim era secretário de Cultura e buscou fundamento em filosofia de guerra. Pura incitação. Minha reação é de indignidade e repúdio”, disse.

Já a atriz e poeta Elisa Lucinda afirmou, também em rede social, que “Alvim caiu porque não disfarçou. Contou o segredo. Sua performance nazista exigia menos literalidade pra colar. Foi um escândalo para o projeto. Eles que são brancos que se dissolvam”.

Roberto Alvim foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro, depois que sua situação ficou ‘insustentável’ após repercussão de seu discurso, semelhante ao de Joseph Goebbels, tendo inclusive trechos de textos do líder nazista.

O discurso foi levado ao ar pelo site da Secretaria Especial de Cultura, com fundo musical da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, compositor preferido de Hitler, utilizado largamente em seus comícios. Além disso, no cenário usado por Alvim destacava-se uma cruz medieval    

A nota de Alvim é a seguinte: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, disse Alvim.

Em um pronunciamento, Goebbels havia dito que “a arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.

O desligamento de Roberto Alvim só foi formalizado depois de pressões da comunidade judaica no Brasil, dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM)  e David Alcolumbre (DEM), além do mundo artístico.  

 

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