Em outubro, a população vai votar para prefeito e vereador.
Nas redes sociais que estão tirando a função social dos botecos, nas filas das lotéricas onde o povo paga as contas e faz sua fezinha, muitas pessoas oscilam entre o desencanto e a revolta, mas a maioria parece não estar entendendo o que se passa. Precisamos refrescar-lhes a memória.
Os governos, com o presidente Bolsonaro à frente, estão fazendo um estrago considerável no acervo de direitos civis e humanos do povo brasileiro.
Entramos no sexto ano de vacas magras na economia, ciclo que começou com a campanha de Aécio Neves contra a vitória de Dilma na eleição presidencial de 2014.
Chorar a derrota faz parte do jogo, mas não é democrático conspirar, como fizeram os perdedores. É verdade que Dilma facilitou, mas o impeachment veio como uma avalanche.
Tivemos então dois anos e meio de Michel Temer que botou Meirelles na Fazenda e iniciou o processo de desmanche dos pilares do estado democrático de direito.
Primeiro congelou o orçamento por 20 anos. Foi um choque de gestão neoliberal em nome de ajuste fiscal.
Segundo, fez uma reforma retrógrada focada na retirada de direitos dos trabalhadores.
A combinação dessas duas medidas aprovadas pelo Congresso é responsável pela estagnação da economia que se prolonga dramaticamente com o aprofundamento do arrocho fiscal.
Se o governo tem pouco recursos para investir, cai a geração de empregos e/ou aumenta o desemprego, cresce o subemprego, amplia-se a miséria; com o rebaixamento da qualidade de vida, congestionam-se postos de saúde, hospitais e as calçadas de bancos e supermercados.
Um dos retratos da situação está na quantidade de gente pedindo comida, roupa e dinheiro nas ruas. Milhões de pessoas desanimam e se revoltam ao ver a festa dos marajás nos serviços públicos, entre outras cenas espantosas.
Parte do funcionalismo despreza os cidadãos e ignora o conceito de serviço público.
A bola da vez é o INSS, incapaz de dar conta das demandas da sociedade após a reforma previdenciária promovida para favorecer o sistema financeiro.
Pela lógica que rege a atual política econômica, a saída para o governo é vender ativos estatais. Estamos a caminho disso na União e em alguns estados e municípios.
O que está acontecendo no Brasil é uma barbaridade inqualificável, mas nada justificaria uma intervenção das Forças Armadas, como pedem algumas pessoas.
A saída tem de ser democrática. Pelo voto consciente em outubro.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“Desenvolvimento sem educação é criação de riqueza apenas para alguns privilegiados”
(Leonel Brizola)