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Saúde, o problema

A proteção social não pode ser vista como prioridade do atual governo federal, considerando os problemas existentes e os esforços oficiais, que estão concentrados na manutenção de programas de gestões anteriores e na obediência a orientações de organismos internacionais credenciados, em especial na área da saúde. Observe-se, como exemplo maior, a carência de médicos em postos de atendimento em regiões de difícil acesso, depois da suspensão dos serviços prestados pelos médicos cubanos. 

Neste mês, veio à tona denúncia sobre a falta de vacinas para recém nascidos, inicialmente em hospital público localizado no município de Cariacica, depois confirmada por funcionária do Programa Estadual de Imunizações. 

O Estado estava desde outubro do ano passado sem receber vacinas desse tipo e somente no último dia 10 chegaram ao Espírito Santo 18 mil doses do insumo, encaminhadas pelo Ministério da Saúde. A partir desta semana, as cotas destinadas aos municípios começam a ser distribuídas, de acordo com o cronograma do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria da Saúde (Sesa). Nos últimos meses, a oferta vem se processando de forma irregular, deixando várias unidades de saúde do Estado sem a vacina, formando um quadro preocupante. 

Deve ser levado em conta que a imunização contra doenças como difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria Haemophilus influenza tipo B (responsável por infecções no nariz e na garganta), é para bebês de dois, quatro e seis meses de vida, por determinação da Organização Mundial da Saúde, essencial para manter os baixos índices de mortalidade infantil registrados no Espírito Santo. 

Esse cenário registrado no Espírito Santo só vem confirmar a má atuação do governo federal na área da saúde, conforme ficou demonstrado em uma das últimas pesquisas do Datafolha sobre o tema, de setembro de 2019. Dezoito por cento dos entrevistados apontaram o setor saúde como o principal problema do Brasil, com programas que só trazem incertezas, abaixo da educação e do desemprego. 

Passado o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, no qual o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, comprometeu-se a ampliar a cobertura vacinal no País, a entrega irregular e a falta desse insumo, como a registrada no Espírito Santo, demonstra que esse objetivo ainda está longe de ser alcançado. Pior, mostra mais um retrocesso na extensa conta de uma gestão onde não há um conjunto de projetos sintonizados com as verdadeiras necessidades da sociedade. 

Não é sem motivo, portanto, que a saúde pública passe por dificuldades cada vez maiores, como a falta de vacinas essenciais à sobrevivência de recém-nascidos, o que, forçosamente, traz à memória a existência de outros programas do setor e até mesmo do Serviço Único de Saúde (SUS) ameaçado diante do fantasma da privatização do setor. 

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