Fotos: Vitor Taveira
No próximo 29 de janeiro, quando é comemorado o Dia da Visibilidade Trans, será inaugurado o Centro de Referência para Pessoas Trans, o primeiro do tipo no Espírito Santo, que vai funcionar no Centro de Vitória.
No local, haverá uma equipe com psicóloga e assistente social, além de uma mulher trans e um homem trans que irão trabalhar em conjunto utilizando a metodologia de educação em pares, servindo como facilitadores no contato e diálogo com outras pessoas trans que precisem de atendimento.
“A presença dessas duas pessoas na equipe é muito importante, porque elas conhecem as demandas da população trans. As pessoas que serão atendidas estão em situação de vulnerabilidade, que muitas vezes não sabem nem como agir quando seus direitos são violados. O trabalho desses dois profissionais será de praticamente pegar na mão da pessoa e a conduzir”, explica Déborah Sabará presidente da associação GOLD, responsável pela coordenação do espaço, que já está pronto para funcionar no nono andar do edifício Alexandre Buaiz, na Avenida Presidente Florentino Avidos, 502, sala 904. A inauguração no dia 29 de janeiro terá início às 19h.
A proposta é que o espaço possa servir servir para acolhida e escuta de pessoas em situação de vulnerabilidade, para receber e encaminhar denúncias sobre situações que envolvem pessoas trans, travestis e não-binárias.
Déborah conta que a iniciativa surgiu por conta da população trans ser a mais violentada e assassinada entre a população LGBTI+, público alvo da atuação da entidade da sociedade civil. O Centro de Referência foi viabilizado por meio de uma emenda parlamentar do deputado federal Helder Salomão.
Além dos atendimentos, a proposta é que o espaço possa servir também para oficinas e atividades artísticas como artesanato, música e outras ações culturais. “Por meio da arte-terapia conseguimos também eliminar alguns impactos da violência que a pessoa trans sofre”, afirma a presidenta da GOLD.
O projeto também vai lançar uma cartilha com os direitos da população trans, para que tenham mais informações sobre registros de nome social, como fazer denúncias, onde buscar acolhimento e atendimento psicológico e outras informações úteis.
Apesar de ser uma iniciativa nova no Espírito Santo, outros estados já possuem políticas avançadas, como é o caso de São Paulo e Salvador, cujas experiências foram visitadas por integrantes da Gold. O Centro de Referência capixaba terá uma programação inicial para os próximo oito meses, precisando posteriormente de novos recursos para conseguir manter o trabalho.